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Aramis

E o público de Cronin continua fidelíssimo

A morte de Archibald Joseph Cronin a 6 de agosto de 1981 passou um tanto despercebida. Entretanto, estivesse acontecido 15 ou 25 anos antes, por certo o destaque seria maior. Naquela época, A. J. Cronin era um dos romancistas ingleses mais populares no Brasil.Com o tempo, seus romances foram ficando meio esquecidos embora sempre com leitores apaixonados e ao morrer, com 85 anos, Cronin deixou uma obra imensa. Maniqueista em seus personagens, consagrou especialmente a imagem do médico-herói. O clínico geral, vivendo no Interior e que se torna uma espécie de super protetor das comunidades nas quais atua. Tanto é que a expressão "médico dos romances de Cronin" passou a identificar uma espécie de profissional idealista,dedicado, competente, que ao invés do dinheiro pensa no ser humano. O próprio Cronin exerceu a medicina mas, por motivos de saúde, fechou a clínica e se dedicou à literatura estreando com "Hatter's Castle", que teve no Brasil dois títulos "A Família Brodie" e, posteriormente, "O Castelo do Homem Sem Alma" para identificação com o filme com o mesmo título. Muitos romances de Cronin foramlevados ao cinema, como "A Cidadela" (1937) e "As Chaves do Reino" (1945), este com uma esplêndida atuação de Gregory Peck no auge de sua carreira. A Record entendeu há algum tempo que o publico de Cronin é permanente e que, se houvesse reedições de seus romances, por certo os leitores (re)apareceriam. Dito e feito. Em pouco tempo, dezoito títulos já foram recolocados no mercado, aos quais se acrescentam agora mais dois: "A Sombra do Passado" (288 páginas, Cr$ 44.900), retrata a vida e os costumes de uma Escócia tradicional do fim do século XIX, analisando uma família marcada pela religião e imensas diferenças de caráter de seus membros. Já "Mais Forte que o Amor" (348 páginas, Cr$ 37.900) conta a luta de um inglês educado rigidamente pre com leitores apaixonados como clérigo e que seu amor à pintura, abandona tudo e todos para viver a sua aventura na Paris boêmia da Rive Gauche, nas erras da Andaluzia, convivendo com vagabundos e, em sua volta a Londres, com a gente pobre das suas amadas docas do Tâmisa. Deixa família nobre, noiva e fortuna para viver como mendigo, mergulhado na contemplação e na criação da beleza.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Leitura
46
18/08/1985

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