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Aramis

O solista Anka e o andrógeno David Bowie

Menos de 60 dias após a edição do nostálgico "The Tra La Days Are Over" (MGM Records/Phonogram, 2315248), onde executando piano, órgão e cantando, lembrava alguns de seus grandes sucessos nos anos 60, Neil Sedaka retorna [à] praça com outro lp interessante para o seu público: "Solitaire" (RCA Victor, 104,8014, agosto/74). Nascido a 13 de março de 1939 em Nova Iorque, Sedaka foi um dos nomes de grande prestígio na música jovem tanto nos EUA como na Inglaterra nos anos 60. Tendo suas primeiras músicas divulgadas por Connie Francis e Clyde McPhatter, como "I Go Ape" (1959), "Oh Carol" (1960) e principalmente "The Lion Sleeps tonight" (1961) Sedaka lançou-se numa carreira de vocalista, que o produziu bons frutos. Neste "Solitaire", Sedaka executa não só piano (convencional e elétrico) e órgão, mas também vibrafone, enquanto Graham Gouldman toca baixo e guitarra, Lon Creme, também guitarra e Kevin Godley bateria, todos o apoiando nos vocais das 11 novas músicas de sua autoria: "That's When The Music Takes Me", "Beautiful you", "Express Yourself", "Anytwhere you're gonna be" (Leba's song), "Home", "Adventures of a boy child wonder", "Solitaire", "Better days are coming", "Dimbo man", "Trying to say goodabye" e "Don't let it messa your mind". Um lp destinado ao seu público específico. Mas com razoável qualidade. Dividindo com Alice Cooper as preferências do público consumidor da música pop na faixa andrógena, o guitarrista, compositor e cantor David Bowie foi a grande vedete a partir de 1972, quando surgiu em Londres. David Robert Jones (seu nome verdadeiro) estudou saxofone durante 3 anos, enquanto trabalhava como publicitário. Embora só em 72 tenha obtido a consagração, em 1969 já fazia uma gravação de destaque, "Space odity", seguido no ano seguinte de "The man who sold the world". Mas foi há dois anos que criou grande impacto com seu álbum "Iggy Stardust", afinal escolhido pela crítica especializada como o melhor do ano. "Diamonds Dogs", seu mais recente [álbum] lançado no Brasil (Victor, 104.4053) é, como suas produções anteriores, um lp inquietante, com múltiplas experiências, em que há um som pessoal e estridente, apesar do grupo instrumental se resumir a dois bateristas, Tony Newman e Aynsley Dunbar, um contrabaixista, Herbie Flowers e Mike Garxon no Keyboard, enquanto Bowie se divide na execução de guitarra, sax, moog e Mellotron, além de ser o cantor, o autor das 11 faixas e o produtor do disco, em que tenta criar um clima de ficção científica, principalmente pelas sugestões futurísticas de "Future legend" e "1984". Um álbum para ser curtido pelo público específico e fiel, que tem garantido o consumo de todas as gravações aqui editadas. Ao lado dos nomes consagrados, Sedaka e Bowie, a Victor lança também um novo grupo pop: The Sweet, formado por Brian Connoly, Steve Priest, Mick Tucker e Andy Scott, todos vocalistas e defendendo um repertório basicamente do líder Connoly: "Set me free", "Hearbreak today", "No you don't, "Rebel rouser", "Peppermint twist", "The ballroom blitz", "restles", "AC-DC". Também um disco para a faixa específica de consumidores. Nada mais!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
13
21/09/1974

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