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Aramis

O teatro da esponaneidade

A bibliografia de teatro, especialmente em termos teóricos, continua escassa no Brasil. É verdade que, nos últimos anos, muitos títulos apareceram, mas, assim como acontece na música e no cinema, numa visão genérica, sente-se ainda nossa magreza especializada, se comparada com as existentes em línguas inglesa e francesa. Por essa razão, adquire especial significado quando uma editora de catálogo esmerado como a Summus lança uma obra da importância de "O Teatro da Espontaneidade", de Jacob Levy Moreno (1892-1974). "Das stegreiftheater" - seu título original - foi publicado, pela primeira vez, em 1923, na Alemanha. Apareceu anonimamente, como aconteceu com todos os livros de Moreno até 1925. Ele próprio fez a tradução para o inglês - quando foi publicado, em 1947, nos Estados Unidos. Agora, para a edição no Brasil, a tradução coube a Maria Silva Mourão Neto. Ao traduzir para o inglês, Moreno reescreveu algumas partes "pois continham colocações novas e difíceis". O livro foi e continua sendo único no gênero e, não tem qualquer contrapartida dentro da literatura psicodramática. Sua contribuição principal reside na elaboração das teses da teoria da espontaneidade, da técnica de atuação e da comunicação interpessoal. Abriu novos horizontes não só para o teatro, como também para o psicólogo experimental, para o educador, para o sociólogo, para o psicólogo social, para o fonoaudiólogo, para o psicólogo clínico, para o psicoterapeuta e para o psiquiatra. Sem modéstia, mas com razão, diz Moreno a propósito de seu "Teatro da Espontaneidade"; marcou o início de um novo período, na transição da escrita religiosa para a científica. "Deu margem a diversas características encontradas em seus trabalhos posteriores, tais com a ênfase nas mensurações e no mapeamento da comunicação interpessoal, diagramas de movimentos, procedimento operacional e análise situacional. Nesse sentido o livro foi um precursor do sociograma, do diagrama do átomo social, do diagrama do papel, do sociograma de ação, etc.". É um livro profundo, de público definido. Mas fundamental que saia em português, para todos os interessados poderem conhecê-lo
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Leitura
24
04/11/1984

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