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Aramis

Observatorio

DA coluna "Informe JB", no "Jornal do Brasil", edição de segunda-feira, sob o título de "Saga". Em julho de 1908, no distrito de Riacho do Fogo, municipio de Guanambi, interior da Bahia, jagunços armados mudaram a divisa de uma fazenda. O dono, ao chegar em casa, foi instalado por sua mulher a defender as terras. Recusou, achando que a hora não era própria, e ouviu a sentença: -Então me dá suas calças e toma minha saia que eu vou lá. O homem foi e morreu no local, vitima dos jagunços. A mulher, grávida de sete meses mudou-se para Minas, onde veio a dar a luz. Anos depois, o filho, já casado, foi para o Paraná, onde nasceu seu primeiro filho homem. Agora, em 1980, o presidente do PMDB da Bahia, deputado Equilson Soares, convidou o deputado Osvaldo Macedo, do Paraná, a participar do lançamento do diretório do Partido em Guanambi. "Onde mataram seu avô em 1908". XXX Ex-repórter de O ESTADO, ex-presidente do Partido Academico Renovador na Faculdade de Direito da UFO, onde foi dirigente do Centro Academico Hugo Simas, Osvaldo Macedo fez carreira como advogado, em Londrina. Não abandonou completamente o jornalismo e, em seu estilo direto e seco, promete contar, um dia, estorias da história da colonização do Norte. Em textos mais ou menos com os tons acima. DURANTE anos, Ione Prado e Alberto Centurião residiram em Curitiba, aqui fazendo teatro. Geralmente um teatro de novas propostas, peças polemicas, especialmente quando Centurião, com a coragem de um romano, associou-se a Manoel Carlos Karam e foi uma espécie de arrendatário do antigo Teatro de Bolso, antes de o mesmo ser demolido. Radicados em São Paulo, Ione e Centurião retornam agora, para até domingo, apresentarem no mesmo teatro - só que agora ainda menor do que antes - "Poemas da Meia-Noite". É um espetaculo que reúne textos de 19 jovens autores, editados no chamado movimento "Sala 17", e que tiveram inclusive um livro lançado pela Beija-Flor há 2 anos. Ione e Centurião dizem os poemas e Tarcisio José faz a música. Até domingo, com ingressos a Cr$ 60,00. Xxx SE o professor Ney Macedo vivesse em New Orleans, ontem pela manhã a Eureka Jazz Band teria acompanhado o seu enterro, saindo de sua residencia, defronte o Passeio Público até o Cemitério Municipal. Afinal, mesmo não sendo músico, poucas pessoas amaram tanto o jazz como Neizinho, falecido inesperadamente, na noite de terça-feira, menos de 48 horas após a morte de sua irmã. Aos 56 anos, solteiro, Ney Macedo dedicou-se quase toda sua vida a colecionar discos de jazz e música erudita, formando um dos maiores acervos fonográficos do País. Filho do professor Macedo, um dos fundadores e ex-reitor da Universidade do Paraná, Ney Macedo acompanhava, organizada e dedicadamente, o movimento musical internacional e, generosamente, sempre transmitiu seus conhecimentos a dezenas de jovens interessados. Com sua morte, o jazz perde, no Paraná, o seu mais entusiasta defensor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
6
21/08/1980

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