OMS, realidade & ficção
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1977
O professor Newton Freire Maia, do Departamento de Genética Humana da Universidade Federal do Paraná, que durante 3 anos (81969/1971), trabalhou na Organização Mundial de Saúde, em Genebra - cujo corpo de consultores ainda integra - foi assistir a "Travessia de Cassandra" (cine Lido, 3ª semana), cuja ação é em grande parte ambientada em Genebra. E, como conhece bem os cenários, faz interessantes esclarecimentos a respeito: "A instituição que, no filme "Cassandra Cross" aparece, nas legendas, com o nome de Organização Mundial de Saúde, tem, na verdade, seu nome em inglês como Internacional Health Organization (isto é, Organização Internacional de Saúde) e é fictícia. A agência especializada da ONU para questões de saúde chama-se Organização Mundial de Saúde e nunca é referida no filme".
Esclarece ainda o professor Newton: "O enorme edifício que aparece como sendo da Organização Internacional de Saúde (a fictícia) pertence a outra instituição da ONU - a Organização Mundial do Trabalho. O mais interessante é que o edifício da OMS, que fica perto do edifício da OIT, simplesmente não aparece no filme". Como a vista sobre Genebra e a tomada do grande edifício devem ter sido obtidos de filmagem de uma grande fotografia, o prédio da OMS deve ter sido apagado na fotografia e, desta forma, o filme coloca a sua fictícia OIS no prédio da OIT e faz desaparecer num passe de mágica, o prédio verdadeiro da Organização Mundial de Saúde. É possível que tudo isto tenha sido exigência da OMS, grotescamente caricaturada no filme. Nada do que aparece como pertencente à organização (como laboratórios, gaiolas com ratos, direção militar, etc.) corresponde à realidade da OMS.
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