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Aramis

Os arquitetos & os seus críticos.

Enquanto alguns conhecidos arquitetos da cidade prometem contestações às afirmações do ministro Shigeaki Ueki, das Minas e Energia, que paraninfando os engenheiros industriais formados pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, no dia 18 de dezembro último, fez uma violenta crítica a arquitetura brasileira, o semanário "Opinião" (n. 112, 27/12/74) analisa, apoiando as palavras do ministro, a questão. O Ministro das Minas e Energia disse em seu discurso que "os gigantescos edifícios de vidro, alumínio e aço deixam sérias dúvidas, quanto à sua adequação às nossas condições de clima, luminosidade, aeração, etc.". Esses edifícios exigem, é óbvio, um equipamento dispendioso para poderem funcionar em nossas condições ambientais. "Cortinas imensas e caríssimas que tentam substituir a parede para vedar o sol; aparelhos de ar condicionado para reduzir o calor, cuja passagem as cortinas não conseguem impedir; luzes acesas permanentemente em pleno dia para combater a escuridão criada pelas mesmas cortinas. Tudo isso, para que? Para obter precisamente o ambiente que, desfrutamos sem esses complicados equipamentos, sem seus altos custos de aquisição e utilização de energia". xxx Apoiando as palavras do ministro Ueki, o imparcial "Opinião", acrescenta: "Quem passear pelas principais cidades brasileiras não poderá deixar de "ver" o que o ministro Ueki diz. Quase todos os edifícios com 10 ou 20 anos de construção estão sendo reformados. O modismo dos arquitetos brasileiros é substituir as tradicionais janelas por esquadrias de alumínio, presumidamente a quintessência do refinamento. Os prédios, seguindo o padrão europeu e americano, são cada vez mais sofisticados com fachadas em mármore e pastilha cerâmica fosca, e vidros bronze. Na maioria dos prédios comerciais e nas casas e apartamentos das classes média e rica há quase que obrigatoriamente aparelhos de ar condicionado, que consomem grandes quantidades de energia e são de manutenção caríssima". xxx Evidentemente toda essa sofisticação custa caro ao País. As importações de aço em 1974 devem ter ficado em torno de 1 milhão de toneladas: somente no primeiro semestre elas cresceram quase 200% em comparação com 1973. As importações de metais não ferrosos, em que se inclui o alumínio, também dispararam. E o mais grave, como acentuou o ministro Ueki: "A propagação das chamas nos edifícios de vidro e alumínio é facilitada, quase induzida, pelo uso desses materiais". xxx Indiscreta revelação de um dos novos dirigentes do Clube Atlético Paranaense: no Conselho eleito há poucos dias, estão no mínimo 5 homens que nunca foram sequer sócios daquele clube. Entre os nomes lembrados para integrarem o órgão consultivo do CAP estão ex-governadores, políticos e até o jornalista João Saldanha, ex-técnico da Seleção Brasileira.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
09/01/1975

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