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Aramis

Os jovens elétricos com seus novos lps.

Vamos a sequencia de lançamentos da área internacional, a maioria para a faixa jovem. ADEMIR / DISCOTHEQUE S/A (Odeo 7/ Capitol, ST- 23423- Dezembro/ 74, lançamento a 15 de janeiro último) - É sabido que os disc-jockeys são pessoas da maior importância para o sucesso ou o fracasso de uma gravação. Escolhendo e comentando os discos para os seus programas, os profissionais que conseguem boa audiencia em seus horários passam a influir, positivamente ou negativamente, no comportamento do público comprador provocando o surgimento de novas estrelas da música internacional ou, em menor proporção, nacional. Independente da análise dos critérios - nem sempre honestos, observados para cada disk-jockey na elaboração de suas programações, o fato é que as gravadoras sabem da importância de cada um e assim os que detem os melhores horários passam a merecer a máxima atenção não só no fornecimento, prioritariamente, do material, mas mesmo sendo convidados para a produção de álbuns. O Big Boy da Rádio Globo, na Guanabara, já orientou a seleção de vários lançamentos internacionais. xxx ENQUANTO O PARANAENSE Adelson Alves - saudavelmente nacionalista em seu horário da madrugada, na mesma emissora, é um dos mais sensatos produtores da Odeon. Agora, em selo Capitol, aquela gravadora lança o "Ademir's Discotheque S/A" com o título de Rock'N Roll Dance. Infelizmente sem qualquer indicação complementar - quem é quem, inclusive sobre o próprio Ademir, esta gravação com uma coletanea de hits de agrado dos jovens, por certo deverá aparecer ao menos em algumas programações. No mais, só mesmo a quem não é exigente e gosta da elétrica música dos dias de hoje. Faixas: "Rouge Plant Instrumental", "Rouge Plant Blues", "Never Is Too Soon", "Feels Nice", "Powerglide", "Idealist Realist", "Bang", "It Feels So Good", "Striker", "I Believe In Rock And Roll" e "Feeling" Awright Tonight". As faixas são apresentadas por novos grupos instrumentistas- vocais do universo pop: Bang, Thunder, Tucky Buzzard, If, Rainbow Cayon, Stix And Stones e Gangsters Of Love. xxx THE CREAMCHEEZE GOOD -TIME BAND - foto de contracapa do lp de estréia deste quinteto no Brasil ("Home Cookin", MCA Records/ Chantecler, 4-07-404-083, Novembro/74), há procura sugerir o clima aparentemente Country: os quatro rapazes - Billy Kell, Jimi Kell, Dave Harquood e Doug McNaughton, mais a vocalista Pati, irmã do líder Billy Kell, pastoralmente numa cachoeira, tendo como back-gound uma tranquila vaca. E as monotonas baladas em que tentam uma fusão do idealismo caipira americano a um som mais elétrico, compõe o repertório deste lp, com maioria das composições do próprio Billy Kell: "Living Without You", "Ruby Tuedsday", "Fle Song For Marlene", "Home Cookin", "T.O . Lady". Há também evidentemente, algumas músicas de autores mais conhecidos - como "Wild World" de Cat Stevens ou "Redwood Hill" de Gordon Lighfood. xxx DEEP PURPLE- Considerados até 1973 como o mais notável grupo do chamado Hard-Rock, ao lado do Led Zeppelin e do Grand Funk este conjunto surgiu em fevereiro de 1968, do encontro do organista Jon Lord e Richie Blackmore (guitarra) os quais somados Ian Paice (percussão e bateria) Rod Evans (vocal) e Nicl Simper (baixo) formaram um grupo que em pouco se projetou na Inglaterra. O primeiro cs do grupo, "Hush", gravado em julho/68, vendeu relativamente bem na Inglaterra, mas foi o primeiro lp ("Shades of Deep Purple", Pathe-Marconi) que confirmou a aceitação do conjunto, inclusive nos EUA. Nestes sete anos, substituições como naturalmente ocorre em grupos pop (Ian Gilian no lugar de Rod e Roger Glover no posto de Nick) - não alteraram o nível do conjunto, que a 24 de setembro de 1969, no Royal Albert Hall, em Londres, fez inclusive uma apresentação com a Royal Philharmonic Orchestra, sob a regencia de Malcolm Arnold, numa das primeiras experiências de levar o hard rock a um tratamento sinfônico. Hoje formado por Ritchie Blackmore na guitarra-base, David Coverdale nos vocais, Glenn Hughes na guitarra-base/ vocais, Jon Lord no keyboard e jan Paice na bateria, o Deep Purple continua a manter um trabalho regular, embora em seu mais recente álbum editado no Brasil ("Stormbringer", Purple Records/ Odeon, SRPRL 9005, prensado em dezembro/74, lançamento de janeiro/75 não chegue a apresentar nenhuma novidade importante, embora mantenham um trabalho (registrado em Londres, em setembro/74 que garantirá a absorção do álbum pelos fãs habituais do grupo. Para faixas mais longas e pretensiosas - como "Hold On", há também trabalhos mais facilmente consumíveis ("Soldier of Fortune", 3:14"), já devidamente divulgados pelas rádios. xxx HUDSON-FORD - Apelando para a nostalgia e aproveitando os automobilísticos sobrenomes, Richard HUDSON (vocais, baixo), mais alguns amigos - inclusive o respeitabilíssimo Rick Wakeman (pianista, organista, compositor, ex-Yes, responsável pelos melhores álbuns internacionais de 73/ "As Seis Esposas de Henrique Vlll" e 74/ "Viagem ao Centro da Terra"), apresentam um álbum curioso ("Nickelodeon/ Hudson-Ford", A&M Mecords/ Odeon, 2126, dezembro/74). A dupla Hudson/Ford assina todas as composições, algumas bastante agradaveis: "Crying Blues", "Angels", "I Wanted You", "Hello", "l Thought You Were Dead", "Burn Baby Burn", "The Dark Lord", "Pick Up Pieces", "Let Her Cry", "Tea-Lief ", "Take It Back", "I Don't Understand" e "Revelations". xxx JIMMY CLIFF - Considerado o artista mais versátil que já surgiu na Jamaica, este cantor-compositor já tem alguns lps lançados no Brasil, onde surge agora este "House of Exile" (EMI/Odeon, 8008), com 12 novas músicas. Em 1973, Jimmy conseguiu grande sucesso fazendo o filme "The Harder They Come" (cuja trilha sonora foi editada no Brasil, mas o filme aqui permanece inédito). Acompanhado por bons instrumentistas - entre os quais Dad Bryan, na guitarra e Tommy McCook, no sax e flauta, Cliff mostra neste seu novo LP as músicas "Brother", "I Want To Know", "You Can't Be Wrong" & Get Right", "House Of Exile", "Foolish Pride", "No. 1 Rip-Off Man", "Long Time No See", "I've Been Dead 400 Years", "look What You Done To My Life, Devil Woman", "Music Maker", "My Love Is Solid As A Rock" e "Money Won't Save You". xxx JOHNNY BRISTOL - Eis um novo compositor-cantor que a Phonogram está lançando no Brasil, no lp "Hamg On In Threc Baby" (MGM-2315-303, janeiro/75), apresentando nada menos que 10 composições proprias: "Woman, Woman", "Hang On In There Baby", "Reachin'Out For Your Love", "You And I", "Take Care Of You For Me", "I Got Your Number", "I Don't Gurt No More", "Memories Don't Leave Like People Do", "Love Me For A Reason". Vamos ver se o competente Osmar Wilson, esforçado como sempre, consegue fazer mais este Johnny pintar nas paradas. xxx J. J. CALE - Entre as boas surpresas do primeiro suplemento internacional de 75 da Phonogram está este guitarrista-compositor chamado J. J. Cale, que estreando num lp chamado "Okie" (Philips, 6369122, Janeiro/75) mostra excelentes composições, a maioria apenas instrumentais, diferentes acompanhamentos. Muito bem produzido por Audie Asworth, de Nashville, Tennessee, centro da country music nos Estados Unidos, sente-se em Cale um músico de grande força e muita comunicação. Todas as faixas deste lp foram gravadas em 1973 e os arranjos, a maioria dele próprio, permitem um equilíbrio entre os diferentes músicos. Faixas: "Crying", "I'll Be There" (If You Ever Want Me), "Starbound", "Rock and Roll Records", "The Old Man And Me", "Everlovin Woman" "Cajun Moon ", "I'd Like To Love You Baby", "Anyway The Wind Blows', "Precious Memories", "Okie" e "I Got The Same Old Blues". xxx K. C. & THE SUNSHINE BAND - Ao lado de seus expressivos lançamentos jazzísticos e do vigoroso rock alemão - que analisaremos oportunamente, a Top Tap também vem editando alguns novos e anônimos grupos de música pop. É o caso deste K. C. & The Sunshine Band, que no lp Do It Good (One Way-602-B) apresenta composições de H. W. Casey, presumivelmente o líder do conjunto. Nenhum destaque especial. xxx KENDRICKS, EDDIE - Também a Tapecar, representante no Brasil da poderosa Motown Record, faz lançamentos de artistas menos conhecidos, tentando sempre encontrar uma brecha no mercado pop. Eddie Kendricks surge assim com um lp bem produzido, em que nada menos que quatro diferentes maestros se revezaram nos arranjos e orquestrações: Frank Wilson, Leonard Caston, Dave Van De Pitte & James Carmichael. Este time também assina quase todas as composições interpretadas pelo vigoroso Kendricks que, de longe, aparentemente, lembra um pouco o terrível Isaac Hayes. Dezenove instrumentistas amparam suas interpretações de "The Thin Man", "Tell Her Love Has Felt the Need", "Son Of Sagittarius", "Boggie Down", "Hooked On Your Love", Honey Brown", "You Are The Melody Of My Life" (de Don Daniesl/ Terri McFaddin: será que o sucesso de "You Are The Sunshine of my Life" não teve alguma influência ?), "Trust Your Heart", "Girl Of My Dreams" e "Loving You The Second Time Around". xxx MOSE JONES - A Chantecler, que tendo a representação da MCA Records para o Brasil vem lançando muitas (e boas) trilhas sonoras, também está procurando colocar no mercado jovem alguns novos conjuntos. Como este Mose Jones, formado por Bryan Glenn Colle (bateria, vocais), Randy Lewis (vocais, baixo elétrico), Steve McRay (órgão, piano, vocais) e Jimmy O'Neal (vocais, citara e guitarra). Adicionalmente, em duas faixas - "Goft" e "Does Your Mama Know About Me", participam também os músicos Charlie Calello (mellotron) e Al Kooper (sintetizador e piano), respectivamente. "Mose Knows!" (MCA/ Chantecler, 4.07.404.081, Dezembro/74), não consegue, evidentemente, impor imediatamente os rapazes do Mose Jones, mas não deixa de representar mais uma opção ao público que gosta do gênero. O principal vocalista, Randy Lewis, tem uma voz até certo ponto agradável. xxx PRESTON, BILLY - Anuncia-se para fevereiro, logo após o Carnaval, uma nova excursão de Billy Preston ao Brasil e assim a Odeon, que representando no Brasil a A&M Records, já há dois anos vem editando os lps deste cantor-pianista norte-americano, apressa-se a lançar um novo álbum do popular artista: "The Kids & Me (AS&M 2127). Tendo como padrinho os então poderosos Beatles, Billy surgiu em 1969 no lp "Let it Be". Na Apple Records fez o seu primeiro sucesso: "That's way God planned it", que foi sua piéce-of resisténce por dois anos, inclusive no famoso concerto da Bangla Desh. Neste seu novo disco - que com os anteriores deverá conseguir uma aceitação junto ao público fiel ao seu estilo gritalhão, Preston acumula a composição das músicas, produção do lp e execução do Keyboards. Suas novas músicas chamam-se: "Tell Me You Need My Loving" , "Nothing From Nothing", "Struttin", "Sister Sugar", "Sad Sad Song", "You Are So Beautful", "Sometimes I Love You", "St. Elmo", "John The Baptist", "Little Black Boys And Girls" e "Creature Feature". xxx LEON RUSSELL - Considerado o cantor do ano de 1969 a 1971, só há pouco mais de dois anos é que o compositor-arranjador Leon Russel passou a ser conhecido e editado no Brasil. Americano de Oklahoma, 33 anos, tendo na Country & Western suas primeiras influências, no final dos anos 50 já partia para o profissionalismo, trabalhando inicialmente com Jerry Lee Lewis e Ronnie Hawkins. Em 1959 se radicou em Los Angeles e ali trabalhou desde com os Righteous Brothers (por onde andarão?) até Frank Sinatra. Mas foi só em 1970, quando o cantor inglês Joe Cocker organizou o seu famoso grupo Mad Dogs & Englishmen e veio aos Estados Unidos, para uma lendária excursão, registrada em filme e disco, que Leon Russel teve sua grande promoção. Em 1970 ainda chegou a desenvolver um trabalho em colaboração com Eric Clapton e no ano seguinte esteve no concerto em favor de Bangla Desh, no Madison Square Garden. Já com uma fonografia respeitável, Leon Russel mostra um novo caminho em "Stop All That Jazz" (Philips/Phonogram, 6369125, Dezembro/74, lançamento comercial em janeiro/75). Sem ser absolutamente um disco jazzístico, trata-se entretanto de uma produção bastante (bem) trabalhada, com gravações diversas registradas em Pete's Place, Nashville, Tennessee ("If I Were A Carpenter", de Tin Hardin/ Hudson Bay) e no próprio estúdio de Russel, em Tulsa, Oklahoma: "Smashed" (Mose Allison/Audre Mae Music), "Leaving Whippor: Whill" (Russell), "Spanish Harlen" (Phil Spector), "Streaker's Ball" (Russell), "Working Girl" (Russell), "Time For Love" (Russell), "The Ballad of Hollis Brown" (Dylan), "Mona Lisa Please" (Russell) e "Stop All That Jazz" (Rusmentais nas diferentes sessões de gravações e o resultado é um álbum vigoroso, que consegue se destacar entre tantos lançamentos pop, confirmando mais uma vez o bom nível instrumental de Russell. A capa é que não tem nada a ver com o espírito do disco: lembra entre um safari africano a uma tropical sessão de cano a uma tropical sessão de macumba, incluindo uma galinha branca e um galo negro. xxx SPARKS - Grupo de Los Angeles, criado em 1971 pelos irmãos Mael, Ron (piano) e Russell (produtor e cantor), mais os irmãos Mankey, Jim (baixo) e Earle (guitarra) e o baterista Harley Feinstein, os Sparks procuraram desde o início copiar o estilo de Alice Cooper, com uma música elaborada e violenta, mas sem o mesmo êxito - buscando também em vão uma aproximação com os extraordinários ingleses do Roxy-Music. Após seus dois primeiros lps passarem despercebidos pelos produtores do setor internacional do Brasil ("Halfenelson" e "A Woofer in Tweeter's clothing") temos agora este "Kimono My House" (Island Records/Phonogram), com uma coletanea de composições dos irmãos Mael: "This Town Ain't Big Enough For Both Of Us", "Amateur Hour", "Falling In Love With Myself Again", "Here In Heaven", "Tjank God It's Not Christmas", "Hasta Manãna", "Talent Is Na Asset", "Complaints", "In My Family" e "Equator". xxx SPLINTER - Ao menos uma originalidade este grupo tem no seu álbum ("The Place I Love", Horse Records/Odeon, Dezembro 1974) de lançamento no Brasil: a capa do disco é formato de portal, com uma foto nostálgica de uma cidade inglesa dos anos 10 no interior e para retirar o disco é necessário muita habilidade. Produzido pelo ex-Beatle George Harrison, com todas as composições de R. J. Purvis, com vocais de Bill Elliott a Bob Purvis, o conjunto traz um extraordinário baixista em algumas faixas - Klaus Voorman, e "quentes" instrumentistas em outras formações - como o pianista Billy Preston, o baterista Mike Kelly, o percussionista Jai Raj Harisein e os guitarristas Hari Georgeson e Alvin Lee. As faixas longas ("China Light", "Somebody's City", "The Place I Love"), prejudicam um pouco a divulgação deste álbum, que apesar disto deverá compensar a Odeon o seu lançamento. Afinal a garotada que curte Harrison vai em sua recomendação.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música Popular
27
26/01/1975

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