Login do usuário

Aramis

Os teclados de Makoto e o "bituqueano"Pat

Três excelentes lançamentos de jazz neste final de ano. Dois dos quais se constituem em agradáveis surpresas: o pianista Makoto Ozone e a Widespread Jazz Orchestra, na Colector Jazz series. Já "First Circle" com o guitarrista Pat Matheny, mostra porque o guitarrista fez questão de participar do novo lp de Milton Nscimento: neste seu disco, gravado no ano passado (15 a 19 de fevereiro, em Power Station, Nova Iorque) já era clara a influência da música de Bituca em sua obra. MAKOTO OZONE pode ser considerado a grande revelação do jazz em 1985. No Festival de Montreal este jovem pianista japonês arrancou aplausos entusiásticos e com toda razão seu primeiro disco escalou a "Bill-Board", entre os mais vendidos. Compara-lo a Bill Evans (1929-1979) é o minimo que se pode dizer sobre a suavidade e ternura com que espões os temas e não é sem razão que o baixista Eddie Gomez - que trabalhou durante anos com Evans - participa deste excepicional lp, produzido pelo vibrafonista Gary Burton e gravado em Los Angeles, entre os dias 23 e 24 de junho do anos passado. Sobre Ozone, 23 anos, diz o próprio Burton na contracapa do LP: "Um músico deste porte surge raramente Makoto é um pianista naturalmente dotado, escreve com talento e é um jovem encantador. É também mais do que isso. Não é apenas um instrumentista virtuose, mas um músico natural e um improvisador nato. E sua experiência e visão de jazz desmentem a sua idade". Nascido e crescido em Kobe, o Japão pode não ser o caminho masi fácil para aprender jazz, mas ajuda quando o pai é Minoru Ozone, um dos melhores pianistas de jazz daquele país. O conhecimento dos estilos históricos do jazz pianístico é pelo menos uma herança familiar valiosa. Começou estudando órgão Hammond, mudou para pianoe ao chegar nos EUA para estudar na Barklee College, em Boston, foi centro imediato de atenção Diz Burton: "Como é típico de Makoto, rapidamente absorvou [absorveu] o que viu e ouviu. E concentrando seus estudos em arranjo e composição, transformou-se, como ele disse, "de um incapaz de escrever, um acorde " em um versátil e promissor compositor, com mostra neste disco. Ao longo de seis temas, Makoto exibe uma incrível técnica e uma extraordinária criatividade. Sem dúvida, um dos mais belos discos do ano e a revelação de um talento imenso. PAT MATHENY foi uma das presenças de maior sucesso no Free Jazz Festival, em agosto último, em São Paulo e Rio de Janeiro, estimulando a Blarclay/Polygram a lançar dois de seus melhores álbuns: "80/81"e, agora, "First Circle", este demonstrando que ele ouviu muito os trabalhos de Milton Nascimento. O arranjo da primeira segue a linha sinfônica de Wagner Tiso e até a voz em falsete do percussionista argentino Pedro Aznar lembra o canto do Bituca. Premiado com o Grmmy na categoria de melhor álbum do ano (1984) - música de fusão, "First Circle" é um disco que pela sua identificação a música de Milton torna-se fácil de ser absorvido. Quatro ótimos músicos participam: Lyle Mays (teclado), Steve Rodby (contrabaixo). Paulo Wertíco (bateria) e Aznar (percussão e voz).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
34
01/12/1985

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br