Login do usuário

Aramis

Os terrenos do município

A dor de cabeça que o prefeito Saul Raiz teve na terça-feira para solucionar a questão do terreno destinado ao Instituto dos Arquitetos do Brasil - seção do Paraná, uma vez que, na última hora, decidiu trocar a área que havia sido reservada há mais de 5 anos para a entidade na Rua (ambiental) Schiller, por outra, na Rua Amazonas Marcondes, no bairro do Boa Vista, veio trazer à tona o problema das áreas que o município ainda dispõe. E, na verdade, hoje a Prefeitura de Curitiba tem muitos poucos terrenos que possa ceder. xxx O engenheiro Sérgio Souza, há 8 anos na direção do Departamento do Patrimônio da Prefeitura - e um dos técnicos mais eficientes e habilidosos do staff municipal, é o primeiro a admitir que dificilmente o prefeito pode hoje prometer áreas para entidades. Ao longo dos anos, os terrenos do município foram sendo doados as mais diferentes entidades, restando hoje apenas aqueles que, por lei, devem ser destinar a praças, parques e outras finalidades públicas. Há, evidentemente, alguns locais que foram incorporados ao patrimônio municipal, mas que pela distância, ou localização, dificilmente poderiam ser aproveitados para sediar entidades. Além do mais, pela nova legislação, os chamados terrenos de fundos de vale, ou que margeiam rios e riachos, devem ser preservados, dentro de uma política ecológica. xxx Uma das últimas áreas pertencentes ao município, bem localizada na esquina da Avenida Iguaçu com a Rua Arthur Bernardes, será cedida, dentro de algumas semanas, em regime de comodato, a Ceasa, que ali vai [construir] um grande imóvel, destinado a ser uma espécie de feira livre de produtos hortigranjeiros - sendo ainda utilizada para fins comunitários. xxx A propósito de áreas do município, não custa lembrar, mais uma vez: a pequena faixa na esquina da Rua Cruz Machado com a Alameda Cabral, que foi incorporada ao patrimônio municipal há 10 anos, quando do alargamento da Cruz Machado, está a disposição da diretoria de Parques e Praças e Fundação Cultural, para receber uma obra de arte. Há 2 meses, o arquiteto B. Angel, diretor de Parques e Praças, contratou o escultor Elvo Benito para ali edificar um grande monumento - aproveitando o bem localizado espaço, o atualmente servindo de ninho de cobras e ratos. Só que na hora de limpar o terreno, apareceu uma velha senhora, que de bengala na mão, ameaçou os operários alegando que o terreno lhe pertence. Sérgio Souza, diretor do patrimônio municipal, garante que o terreno é mesmo da Prefeitura e basta que os órgãos interessados queiram usá-lo para base de um monumento, que ele está liberado. Com a palavra, pois Angel e Ênio.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
30/09/1978

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br