Palmas ao maestro Bocchino!
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de outubro de 1989
Nas cinco noites em que está regendo a Sinfônica do Paraná nas récitas de "Tosca", o maestro Alceo Bocchino não pode deixar de viajar no tempo e no espaço e lembrar-se de que, há quase cinco décadas, quando ainda iniciava seus caminhos musicais, fazia as primeiras regências em Curitiba. E justamente a ópera de Puccini foi uma das que teve ocasião de dirigir no antigo Teatro Guayra (com "Y"), antes de deixar definitivamente Curitiba pelo Rio de Janeiro - cidade em que faria uma bela carreira como pianista, regente e compositor.
Aos 70 anos, curitibano do dia 30 de novembro, Alceo Bocchino é hoje um dos mais respeitados maestros brasileiros. Seu curriculum estende-se por várias páginas, incluindo dezenas de composições - parte das quais ainda inédita em gravações (como de tantos outros autores brasileiros). Maestro titular da Orquestra Sinfônica do Paraná desde a sua criação, Bocchino começa a ter agora, graças ao pulso forte e a visão de Constantino Viaro na superintendência da Fundação Teatro Guaíra, condições de desenvolver mais amplamente o seu trabalho.
O primeiro disco da Sinfônica - já gravado e que teve seu lançamento retardado exclusivamente devido a problemas de prensagem das 3 mil cópias - será muito significativo para o maestro Bocchino: além da inclusão de uma de suas composições, regeu os músicos que, sob sua liderança, vem se aprimorando cada vez mais e fazendo com que, afinal, deixando de lado intrigas e picuinhas menores, assumam a dimensão da Sinfônica que o Paraná merece. Mais do que elogios e homenagens, Bocchino, no auge de sua criatividade, quer é fazer um bom trabalho com a nossa sinfônica. E ao assumir a direção musical da encenação de "Tosca" pode realizar um velho projeto.
Aplausos, portanto, merecidos, ao nosso maestro Bocchino!
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