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Aramis

PDR agora sai

Se até agora o movimento do ex-presidente da República, Pedro Aleixo, para a criação do Partido Democrático Republicano, não havia encontrado ressonância entre as lideranças políticas do Paraná, agora, após as eleições de 15 de Novembro, nas hostes arenistas, é grande o movimento em favor da criação do chamado "Terceiro Partido". Nas tentativas de explicação e justificação da expressiva vitória dos candidatos emebistas, muitos líderes-arenistas dizem cobras e lagartos sobre o partido em que se encontram há oito anos - desde que as antigas agremiações políticas desapareceram e foi implantado no Brasil o bipartidarismo. Até agora, o coordenador do PDR, Pedro Aleixo, não havia encontrado ninguém disposto a carregar nas terras do Paraná e pesada bandeira deste terceiro- e ainda inexistente - Partido, na primeira tarefa de obter as 250 mil assinaturas que faltam para atingir o número exigido pela Constituição ao pedido de criação do novo Partido do TSE-5º, 1970 - 1 milhão 150 mil eleitores. Como já, por duas vezes, aqui noticiamos, o primeiro nome lembrado por Pedro Aleixo para coordenar no Paraná o PDR foi o procurador Guilherme Albuquerque Maranhão, nome de [grande] trânsito no Ministério Público, conselheiro da Fundação Teatro Guaíra, e que ele havia conhecido, em congresso de advogados, em Belo Horizonte, há quinze anos. Após fazer discretas sondagens, Maranhão desistiu delicadamente da tarefa - pois na ocasião sentiu que não havia interesse das lideranças políticas, divididas entre Arena/MDB, em prestigiarem a criação do novo Partido. Há algumas semanas, outro conhecido advogado e professor, Alceu Ribeiro de Macedo, ex-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e cogitado com insistência para a Reitoria da UFP, de tradição política, animou-se em reativar o movimento do PDR. Agora, arenistas-descontentes com [múltiplos] fatores que, em suas opiniões, teriam propiciado o crescimento e vitória do até há pouco inexpressivo partido oposicionista - é certo que a iniciativa de se constituir numa alternativa política, que deve ser concretizada rapidamente, principalmente considerando as eleições municipais dentro de dois anos - e para as quais os emebistas pretendem repetir os resultados do pleito do último dia 15. Em setembro último, era divulgada pelo "Diário da Justiça" a decisão dos fundadores do PDR de ampliar de sete pra quinze o número de integrantes de sua Comissão Executiva-Nacional Provisória. Na forma da Lei, a alteração da Executiva é apoiada por 128 signatários do manifesto, programa e estatutos do PRD. Da nova comissão passaram a fazer parte, pela primeira vez, o próprio sr. Pedro Aleixo e o general Carlos Luis Guedes, além da advogada Adméia Alves de Miranda - a primeira mulher integrante de uma comissão partidária de âmbito nacional. A alteração objetivou a dar maior mobilidade ao movimento de coleta de assinaturas de apoio ao PDR em todo o país, deslocando de Brasília para Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul o eixo do comando partidário - Estados a que pertencem os integrantes do órgão ampliado. Em setembro Pedro Aleixo dizia que depois do pleito de 15 de novembro os coordenadores do PDR passariam a pedir assinaturas de apoio nas proximidades das sedes do TREs nas Capitais, "certo de que a nova geração de eleitores não negará sua adesão para a criação de uma nova agremiação partidária no país".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
26/11/1974

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