Pedro, o juiz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de setembro de 1983
Q UANDO chegou a Curitiba - e lá se vão mais de 20 anos - Pedro Ribeiro Tavares surpreendeu os funcionários, vogais e advogados da Junta de Conciliação e Julgamento, que funcionava, na época, num modesto edifício na Rua Marechal Deodoro. Isto porque entre as audiências cm que analisava as questões trabalhistas, Tavares sempre procurava falar de cinema, teatro e literatura. Apaixonado pelas artes, profundo conhecedor especialmente de cinema, Pedro Ribeiro de Tavares teve cm Claudio Arruda (1929-1970), na época o idealista diretor das Produções Ribalta, tentando fazer filmes para televisão, um de seus primeiros amigos. Baiano de nascimento mas criado cm Belo Horizonte - onde soube aproveitar o clima intelectual das anos 40 - Pedro nunca deixou que as obrigações na Justiça do Trabalho Ihe retirassem o entusiasmo pela arte. Desde 1962, quando aqui chegou - após ser aprovado em concurso feito cm São Paulo, estabeleceu profundas relações de amizade. Da 1a JCC, passou para o Tribunal Regional do Trabalho em agosto de 1976. Nas funções de juiz da Conciliação e, nos últimos 9 anos, no TRT, teve sempre urna atuação independente e corajosa. Por isto, não foi sem razão que tantos amigos se reuniram na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 9a Região, na última terça-feira, dia 30, quando houve o descerramento de sua fotografia na galeria dos presidentes daquela corte. O juiz Pedro Ribeiro Tavares presidiu o TRE durante o biênio 1981/82, encerrando o seu mandato em 14 de dezembro do ano passado como o terceiro dirigente do TRT-PR, desde sua instalação, em 17 de setembro de 1976. A cerimônia foi presidida pela juíza Carmen Amin Ganem, que substituiu a Tavares naquelas funções.
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