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Aramis

Perspectivas da Semana

Uma semana de excelentes opções para o espectador de bom gosto, que exige algo mais do cinema. Woody Allen, o genial e premiado ator-diretor-roteirista; em dose dupla: "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (Annie Hall), desde ontem no Cine Rivoli, para uma carreira de, no mínimo, dias semanas. No Astor, em sessões à meia noite, Jayme Tavares está reprisando os filmes anteriores de Allen: na semana passada, 810 pessoas superlotaram o cinema de (apenas) 500 lugares para rever "Tudo Que Você Sempre Quis Saber Sobre O Sexo...". Amanhã, o mesmo deverá repetir-se com "O Dorminhoco" e na próxima semana, "Bananas". A revisão dos filmes anteriores e o lançamento do extraordinário "Aniie Hall", premiado com quatro Oscars - filme, diretor, roteiro e atriz (Dianne Keaton), permite estabelecer-se uma comparação e verificar-se o quanto Allen vem evoluindo, como cineasta da maior criatividade. Melhores apreciações de "Annie Hall", estão em registro à parte, nesta edição. A premiação de Richard Dreyffuss, como melhor ator de 78, por seu trabalho em "A Garota do Adeus" (ainda sem data para estreia no Brasil) estimulou a Columbia Pictures a, afinal, lançar "O Grande Vigarista" (The Apprenticeship of Duddy Kravitz), rodado no Canadá, em 1974, por Ted Kotcheff e com Dreyfuss no papel de um jovem ambicioso. O filme chegou a ter problemas com a colônia judaica naquele país, mas está entre as mais promissoras estréias (Cinema 1, desde ontem). O elenco de suporte, exceto Jack Warden ( como "Max") traz nomes desconhecidos do público brasileiro: Micheline Lanctot, Randy Quaid, Joseph Wiseman, Denholn Elliot e Joe Silver. Está entre nossas recomendações. Adaptação livre da novela "L'Inocente" de Gabriele D"Anunzio, o derradeiro filme de Luchino Visconti, recebeu no Brasil o título de "O Inocente de Visconti" (Cine Astor, desde ontem). Com o extraordinário Giancarlo Giannini, o astro dos filmes de Lina Wertmuller, a frente do elenco, temos as belas Laura Antonelli e Jennifer O'Neill, mais Rita Morelli, Massimo Giroti, Didier Haupedin e Roberta Paladeni. Mesmo gravemente doente, quando da produção deste filme (1976) a critica reconheceu nele o toque de mestre com que o aristocrático cineasta sempre caracterizou suas obras. Pena que este filme só permanecerá em exibição até quarta-feira, pois, já no dia 20, em badalada estréia, chega em três cinemas (Astor, São João e Lido), "A Dama do Lotação", direção de Neville D'Almeida, roteiro de Nelson Rodrigues, com a maringaense Sônia Braga tentadoramente despida em muitas cenas, graças ao que o produtor Luís Carlos Barreto pretende conseguir o mesmo sucesso de "Dona Flor e Seus Dois Maridos". No Bristol, caso "O Outro Lado da Meia Noite" (The Other Side of Midnight), de Charles Jarrot, não emplaque uma quinta semana, em lacrimogênico sucesso, será lançado no dia 20, "Alice" (Alice ou La Derniére Fugue), do respeitável Claude Chabrol, com o atrativo maior de Sylvia "Emanuelle" Kristel na frente do elenco. Qualquer semelhança com o clássico de Lewis Caroll não será mera coincidência, só que numa linguagem bem adulta. No São João, estreou ontem, um filme a ser verificado: "Um Encontro de Amor", com Florinda Bolkan, Massimo Ranieri e Mariangela Melato. O Vitória, continua na linha de filmes tamanho família: quando "Dois Tiras Fora de Ordem" deixar o cartaz será substituído por outra patuscada na mesma linha: "Trinity e Carambola na Trilha da Aventura:. Para quem gosta de terror, depois de "A Sentinela dos Malditos" (de Michael Winner), exibido até quarta-feira no Lido, temos agora "A Casa do Pecado Mortal" ( House of Mortal Sin, de Pete Walker), no cine Ópera. Elenco de nomes desconhecidos Anthony Sharp, Susan Penhaligon, Stephanie Beacham, Norman Eshley e Sheila Keith. A música é do competente Stanley Myers. No Avenida, voltou ao cartaz, "Guerra nas Estrelas"(Star War, 77, de George Lucas), premiado com sete Oscars, há 12 dias. Um bang-bang espacial que diverte crianças e adultos e tem uma bela trilha sonora, já curtida nas discotecas e cujo álbum original foi lançado no Brasil pela Phonogram. Na segunda-feira, o mesmo cinema, lança um bang-bang caboclo: "Chumbo Quente", de Clery Cunha, com Leo Canhoto e Robertinho, a dupla sertaneja de maior popularidade atualmente e que introduziu até guitarras elétricas na música rural, tema alias que justificou uma apreciação critica a respeito por parte do sociólogo Waldenir Caldas em sua tese. "Acorde na Alvorada", defendida na Universidade de São Paulo e editada em livro pela Companhia Editora Nacional.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Fim de semana
4
14/04/1978

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