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Aramis

Podem ser bregas, mas garantem sobrevivência

Pela sua própria característica de ser uma fábrica formada por capital nacional e, desde 1943 - quando separou-se da antiga Columbia - ter sido obrigada a confiar antes de tudo em seu elenco verde-amarelo, a Continental possui um acervo dos mais brasileiros. Sem preconceitos de gêneros e esteticismos artísticos - ao contrário, buscando os mais diferentes gêneros e artistas - os adjetivos de "brega", "caipira", "comercial", etc. - nunca contaram na produção desta gravadora que hoje tem um grande catálogo. De um lado, reedições de antigas matrizes - estas, infelizmente, nem sempre com o cuidado informativo que marcou algumas séries supervisionadas por João Luiz Ferreti no início dos anos 70 - enquanto fonogramas avulsos, cedidos a produtores autônomos como Leon Barg ("Revivendo"), Costa Manso ("Collector's"), Chico da Mota Discos e Paulo ("Evocação") tem também proporcionado o aproveitamento de seus tesouros. Esther Rocha, uma das mais eficientes executivas na área de comunicação, retornou há algum tempo à empresa - que ao menos regionalmente, na área da imprensa, estava desativada em termos promocionais para garantir um melhor aproveitamento dos inúmeros contratados da gravadora. Ao longo de sua história, a Continental tem encontrado artistas que, explodindo nas paradas compensam inúmeras produções frustrantes financeiramente. Amado Batista, por exemplo, foi, durante anos, um dos campeões de vendas. Hoje, é o paraense Beto Barbosa, com a lambada que garante um expressivo faturamento - inclusive com exportação de seus discos (há pouco saiu seu quarto elepê). Roberta Miranda, uma compositora-intérprete que ganhou o marketing de "Favorita dos Caminhoneiros", é outra das cantoras que está entre as que mais vendem discos atualmente (em apenas 4 anos de carreira fonográfica, já colocou 3 milhões de cópias) e com a experiência de 10 anos de crooner hoje é ouvida nacionalmente em sucessos como "Meus Pedaços", "De Igual para Igual" e "Sua Majestade, o Sabiá". Outra cantora que poderá chegar também a popularidade de Roberta é Edna Centurion. Com a boa formação - estudou no Conservatório Bella Bartok, teve aulas de dança com Lennie Dalle e escolheu músicas de intérpretes extremamente populares (Carlos Colla, Chico Roque, Cear Rossini, Thomas Roth, Mauro Motta, etc.), para discos como "Refletir", que a colocou nas paradas. Quem não tem Julio Iglesias, caça com Manolo Otero - romântico cantor que hoje está radicado no Brasil e que com seu tipo de galã também vem fazendo muito sucesso. Em seu 17º elepê, com exceção de "Moça" (Wando), incluiu apenas músicas inéditas. Gente nova, boa pinta, também é apresentada: Marcos André, 21 anos, que estréia com o elepê "Olhares e Segredos", ganhou uma promoção especial: uma de suas oito composições inéditas deste disco foi incluída na trilha da telenovela "Meu Bem, Meu Mal". Paraense como Beto Barbosa, procura o estilo romântico e há cinco anos reside no Rio - trabalhando como compositor ao lado de Orlando Morais (uma das revelações de 1990), Wilson Chaves (que acaba de fazer um belo elepê independente, "Amazônia"), e Juca Filho, entre outros. LEGENDA FOTO 1 - Beto Barbosa: o homem da lambada. LEGENDA FOTO 2 - Edna Centurion: buscando o sucesso.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
17/03/1991

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