Pop
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de julho de 1976
Animada cada vez mais com as vendas em escalada em todo o Brasil, em todos os gêneros, a Phonogram continua a ser generosa em termos de lançamentos da música pop. Afinal, editando discos que praticamente vem pagos no Exterior os riscos são mínimos e, vendendo acima das 1.500 cópias, o investimento começa a compensar. Uma concorrência para a MPB, mas isso é assunto para outra e séria - discussão.
Aqui fica apenas o registro das novidades aos interessados. O Slade é um quarteto inglês da pesada, formado em 1969 por Noddy Holder (vocais e guitarra), Dave Hill (idem), Jimmy Lea (baixo) e Don Powell (8bateria). Hoje, sua formação mudou, com Tasha Thomas nos vocais e Paul Prestotino na guitarra, mas o estilo continua ser o mesmo de sete anos atrás: música pesada, barulhenta, utilizando ao máximo as possibilidades eletro-acústicas das guitarras. Em "Nobody's Fools" (Polydor 2383377, junho/76), onde o quarteto aparece na capa e contracapa lembrando palhaços, estão músicas novas, para serem curtidas em alta voltagem pela garotada que ainda gosta desta linha: "Nobody's Fool", "Do The Dirty", "Let's Call It Quits" etc. Na mesma e estridente linha é o Thin Lizzy, da novíssima geração do rock, formado por Phyl Lynott (Scott Gorham, e Brian Robertson nas guitarras e Brian Downey, na bateria e percussão. O repertório é próprio, com 9 músicas reunidas no elepe de estréia "Jailbreak", Vertigo/Phonogram, junho/76). Bem mais interessante e criativo é o Thijs Van Leer (Philips, 6303143), flautista, pianista e compositor, autor de todas as faixas reunidas em seu novo lp ("O My Love"). A música de Van Leer e seu grupo (a maioria em parceria com Paul Buckmaster, também responsável pelos arranjos) é bem mais suave do que se ouve na última fornada pop colocada no mercado. Não chega a dimensão do rock sinfônico de Wakeman, ELP ou Pink Floyd, mas causa menos surdez, temos certeza.
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