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Aramis

Psiquiatria /Psicologia

Aumenta cada vez mais a bibliografia cientifica ou semicientifica colocada à disposição do público interessado em certas matérias que até há pouco não podia ter acesso pela falta de livros em português. Um exemplo são os livros sobre Psicologia/Psiquiatria que as grandes editoras estão lançando regularmente. A Nova Fronteira, que sempre caracterizou-se pela seriedade na escolha de seus títulos inclusive os best-sellers, criou a coleção Experiência e Psicologia, seriamente dirigida pelo professor Otávio de Freitas Júnior titular de Psicologia da Faculdade de Medicina de Petrópolis e professor adjunto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesta nova coleção temos dois livros - ambos traduzidos por Carlos Lacerda, um dos diretores da Nova Fronteira, dignos de maior atenção. O primeiro é "Eu sou um esquizofrênico", narrativa poética da esquizofrenia pelo próprio doente. A autenticidade do relato traz a garantia de um dos maiores psiquiatras da Europa, o Dr. Lucien Bonnafé, dos hospitais de Paris. Em volume anterior desta coleção a Nova Fronteira já havia publicado o relato da penosa paciente cura de uma esquizofrênica por uma psicoterapeuta suíça, a Sra. Séche Seche-haye. Desse relato (Diário de uma esquizofrênica) edição Nova Fronteira, Rio 73) foi extraído um filme de grande êxito. Este novo relato que mereceu o prêmio Albert Schweitzer - está fadado a repercussão pelo menos idêntica. Desta vez é o próprio doente que, ao conseguir equilibrar sua doença, ao conviver com a esquizofrenia vem nos contar o que sentia - esse mistério esse enigma que é o comportamento do doente mental perante os que se consideram sãos. O segundo e importante lançamento da Nova Fronteira nesta coleção é "Superstições da Psicanálise" de Pierre Debray-Ritzen, com prefácio de Arthur Koestler e em tradução de Carlos Lacerda e Maria Thereza Correia de Mello. Debray-Ritzen conhecido na literatura de ficção por Quintin Ritzen, nasceu em Paris, em 1922 professor-adjunto da Faculdade de Medicina de Paris, médico, dedica-se aos problemas vinculados a neuropsicologia, disciplina na qual se especializou e ganhou renome internacional. É o diretor do Serviço de Neuropsicologia do hospital Infantil de Paris. Em "Superstições da Psicanálise" Debray-Ritzen é o cientista puro: não se coloca nem no plano ideológico nem no plano ético. Seu único propósito e o rigor metodológico. Isto quer dizer que o tom da obra não é polêmico ao contrário e lógico. E isso sem prejuízo da severidade da crítica. Uma contestação a psicanálise com base num dos argumentos críticos mais sólidos e bem estruturados que já se formulou neste domínio. Já a Zahar, em sua também respeitável coleção Psyche, faz a segunda edição de "Psicologia e Dilema Humano" de Rollo May, em tradução de Álvaro Cabral, obra recomendada aos quantos queiram obter uma visão lúcida e profunda dos caminhos seguidos pelo pensamento humanista no campo da investigação psicológica. Finalmente, pela Fundação Getúlio Vargas, temos o maçudo "A Pesquisa na Psicologia Social", de Leon Festinger e Daniel Katz, didática condensação de nível introdutório a respeito da investigação empírica em psicologia social. Tradução de Gastão Jacinto Gomes. Os autores são professores do Departamento de Psicologia da Universidade de Minnesota, USA.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
13
11/01/1975

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