Raoni, o cacique que ajuda Ruschi, no Groff
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de janeiro de 1986
Francisco Alves dos Santos, coordenador da área de cinema da Fundação Cultural, tem sabido programar os filmes certos na hora exata não só na Cinemateca mas também no Ritz, Luz e Groff. Assim, não perde oportunidade de trazer aqueles filmes que circunstancialmente ganham atualidade. Foi o que fez nesta semana, conseguindo junto à Embrafilme uma cópia de "Raoni", documentário de 84 minutos sobre o cacique Raoni, dos índios txucarramães, do Alto Xingu - e que há 15 dias está nas páginas da imprensa nacional devido à sua convocação, pela Funai, para tentar salvar a vida do cientista Augusto Ruschi, vítima do veneno de sapos da região amazônica.
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"Raoni" é um documentário co-produzido pela França - Bélgica, com direção de Jean Pierre Duttileux e Luís Carlos Saldanha, que há 7 anos, recebeu quatro dos "Kikito" no Festival de Cinema de Gramado: melhor filme, fotografia (Saldanha), trilha sonora (Egberto Gismonti) e montagem (Vera Freire). Posteriormente foi escolhido o melhor documentário no Festival Internacional de Cinema de San Francisco (1983). O filme acompanha a luta do cacique Raoni contra a invasão de terras dos índios Mekronotis e no documentário, além de índios das nações Mekronoti, Prepuri, Kajabi, Aritana, Yulapiti, Juici, Suya e os remanescentes da nação a-Kaore, aparecem o general Isnarth de Oliveira, na época presidente da Funai e o sertanista Cláudio Villas-Boas.
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"Raoni" terá apenas duas projeções. À meia-noite de amanhã, sábado, e às 10 horas de domingo. No Cine Groff. Por sinal, neste cinema está em reprise um belíssimo filme - "Toda Uma Vida" (Toute Une Vie), 74, de Claude Lelouch, na mesma linha de "Retratos da Vida". Uma série de histórias que se entrecortam ao longo de várias décadas, emolduradas por belíssima trilha sonora de Francis Lai.
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