As razões do sucesso
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de outubro de 1987
O FestRio é o encerramento da gala do ciclo anual dos Festivais. A partir de 1984, quando houve sua primeira edição, este Festival só tem crescido em prestígio e atraido cada vez um público maior. Reconhecido pela Federação Internacional de Produtores de Filmes - que disciplina os festivais internacionais de cinema - na categoria "A", nele só podem concorrer filmes inéditos em festivais, o que, se por um lado faz com que se veja apenas filmes novíssimos, por outro impede que obras importantes, de cineastas consagrados, entrem em competição.
Por exemplo, um filme como "La Famille", de Etore Scolla (o mesmo diretor de "O Baile", em reprise no cine Luz a partir de hoje), somente virá para mostra paralela - pois já esteve em outros festivais. Outros exemplos poderiam ser dados - desta dualidade que faz do FestRio uma mostra competitiva do melhor cinema internacional com tantos atrativos.
A reunião de três expertos mundiais em termos de cinema - Nei Sroulevich, jornalista, produtor (entre outros filmes, realizou "Joana, a Francesa", direção de Cacá Diegues), distribuidor (pela sua Carybe Filmes, tem um grande lote de filmes importantíssimos), Jean-Gabriel Albicoco, cineasta da nouvelle vague, executivo da Gaumont no Brasil e agora preparando-se para voltar a direção, mais Cosme Alves, o nome mais representativo da cultura cinematográfica do País, fazem com que o FestRio tenha uma credibilidade mundial. Com apoio da indústria cinematográfica brasileira - através de suas entidades, buscando recursos tanto oficiais, como especialmente privados, para fazer frente a despesas de mais de US$ 1 milhão, os homens do FestRio garantem a projeção mundial do evento - hoje consolidado através de uma sociedade civil, responsável por sua organização e execução.
O cinema - como cultura, diversão e economia (o mercado de filmes e vídeo deverá ultrapassar as expectativas de comercialização neste ano) - tem no nosso FestRio, o grande momento anual. Felizmente, para o Brasil.
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