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Aramis

"Reencontro", o poema da farsa abolicionista

Ele é ainda pouco conhecido fora de circuitos específicos: MAZINHO (não confundir com o nosso Carlos Fernando Mazza, o "Mazinha", que é animador cultural). Mazinho foi o poeta convidado para subir ao palco da Sala Glauber Rocha, na abertura do FestRio, e ler o seu poema em homenagem ao casal Mandela. Bom de papo, o poeta fez mais: ao dedicar o pema "Reencontro" não só ao Mandela, mas também "À farsa existente, subliminarmente, em relação a raça negra. O poema "Reencontro" de Mazinho é duro e contundente. Impresso em posters, teve uma pequena distribuição durante o FestRio. Portanto, justifica sua transcrição - especialmente por antecipar uma das correntes que deverão marcar 1988 - a poesia da negritude. Negro abre teu Olho lança no dia a dia onde as manhãs repetem frágil reverência. Teu Olho é chama que abre e gira e lança o Fogo Ébano diluindo as dores, não açulando diferença. Ela rompe dos tons azulados amálgama catípico amordaçando o grito pulverizando a liderança desde o branco caos, Holocausto Negror repetido a cada amanhecer. Negro a mudez é uma só Amordaçado o grito ecoa tímpanos opressores. O grito é Um elemento receptivo da Cardinalidade. Negro, és Zero Par que soma do invisível espáveis acentos de concretitude a Negritude. A noite em que teu Olhar justificar o poema não verei com olhos estigmáticos a chama que despertará e arderá gerará e lançará cambiantes de si deitando Brilho sobre a Terra na edição de um Número Perfeito. E as lágrimas que rolarem resistindo pelos esplendores o tan tan tan tan dos tambores de toda África Herança.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
04/12/1987

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