Login do usuário

Aramis

Savinho, de Pernambuco aos pampas, com o forró

Do Nordeste aos Pampas, o acordeon é um instrumento popularíssimo. Embora conservadas as características regionais, há pontos de união e uma prova disto é o forrozeiro Savinho, pernambucano de Fazenda Nova, que aos oito anos já estava nos palcos improvisados das fazendas, ao lado de sua mãe, famosa cantora regional. Fez parte do coral da escola e aos 9 anos conheceu os Tauras, grupo regionalista gaúcho, de Porto Alegre, com o qual excursionou por todo o Brasil - apresentando-se como convidado especial. Uniu assim suas origens nordestinas ao nativismo gaúcho. Aos 17 anos ganhou sua primeira sanfona e logo tinha uma banda, a "Forró da Pesada", com a qual se tornaria popularíssimo em Pernambuco. Cunhado de Dominguinhos, irmão da cantora Guadalupe, Savinho já havia feito três elepês antes de ser contratado pelo selo Terra Nova, da 3M - que agora o traz também ao Sul. Um disco animado, no qual Savinho assina oito composições, entre as quais se destacam "Chamando Atenção", "Reencontro", "Amor Sem Fim" e "Palavra De Carinho". Os arranjos foram divididos entre o cunhado Dominguinhos, Amilson Godoy e Elias. Zé Amado é outro nordestino que chega ao Sul, via 3M - selo Terra Nova: "Na Moita" é o elepê que apresenta este alagoano de Maceió, que começou sua carreira como cantador na Feira dos Passarinhos. Ali foi "descoberto" pelo locutor Clemente Aleluia, da Rádio Difusora de Alagoas e em 1958 ele chegava no Rio de Janeiro. Foram dez anos para conseguir seus primeiros espaços, com músicas que emplacaram nas vozes de artistas como José Maurício, Fernando Lélis e Genival Santos, entre outros. Agora, em "Na Moita", Zé Amado mistura frevo, ciranda, baião, xote e toada, com faixas que podem, tranqüilamente, cair no agrado do público específico como "Danada" (Zé Amado/Irani dos Santos), "Na Moita" (Jacinto e Rômulo José), "Vidrado Em Você" (Jacinto José/Iranilson), "Banho De Amor" (Jacinto José/Fernando Lélis), e "No Farol Da Barra" (Zé Amado/Mac D'Onys). O brega bem nordestino é representado por Regi Campelo (Mossoró, Rio Grande do Norte), com o elepê "Tudo Vai Mudar" (Terra Nova/3M), onde cinco das dez faixas são de sua autoria. Veteranos participantes de programas de calouros (aos 13 anos, em Mossoró, já imitava ídolos do rádio), em 1970, Regi gravava um compacto simples ("Tudo Vai Mudar" e "Volte Para Mim"). O disco ficou restrito ao Nordeste até 1976. Regis comeu o pão que o diabo amassou para encontrar seu caminho artístico. Entre 77/81, concorreu como cantor em festivais regionais e, como compositor, teve músicas lançadas por bregas como Reginaldo Rossi, Alípio Martins, Carlos André e Barbo Taleno - todos populares no Nordeste. Agora, Regi Campelo faz seu primeiro elepê, produção de Oséas, com músicas próprias como "Saúde De Rosa", "Meu Coração Te Chama", "Olha", "Minha Liberdade", ao lado de outras, recolhidas nos repertórios de seus colegas de estilo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
12/04/1987

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br