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Aramis

Sebastian e Pedrinho, os teclados bem agradáveis

Nem só de virtuoses eruditos vive a música ao piano. Assim o mesmo Estúdio Eldorado que edita as obras de João Carlos Martins também não deixa de aproveitar o sucesso que um novo garoto pródigo francês, Sebastian Damiani, 17 anos, nascido em Nimes, vem fazendo. Aclamado como "aquilo que se costuma chamar de virtuose" e com "audácia e espontaneidade", Sebastian é capaz de juntar num mesmo concerto Schumann, Debussy, Ravel e Chopin. No álbum "Um Piano ao Redor do Mundo", Sebastian interpreta 12 canções de G. Deschryver - duas das quais também é parceiro. Em 1987/88 o novo garoto prodígio dos teclados excursionou ao Japão e Estados Unidos e, agora, testa-se sua repercussão no Brasil. xxx Pedrinho Mattar (São Paulo, 19/8/1936) é antes de tudo uma pessoa afável. Elegantérrimo em seus ternos brilhantes, com um estilo Liberace, há muitos anos se tornou o pianista classe A, disputado para os ambientes mais requintados não só de São Paulo, mas de todo o Brasil. Correto intérprete, sabendo mesclar seus repertórios, fez carreira bem sucedida e hoje é um homem rico. Seus discos encantaram quem gosta de um piano suave - sempre com discretas participações de um conjunto de apoio - e assim ele está sempre com discos em catálogo pela RGE. "Pianomania", seu novo álbum - no qual dividiu os arranjos com Halley Flamarion e se apoiou na bateria/percussão de Augusto Arid e no baixo de Gabriel Jorge Bahlis, é daqueles discos suaves que se ouve com prazer - desde que não se queira exigir invenções/improvisações. Mattar percorre temas cinematográficos do western ("O Dólar Furado", "The Good, The Bad, The Ugly") ao romântico ("Somewhere in Time"), vai ao clássico (Lizt, Chopin), belisca o tango ("A Média Luz", "Mano a Mano"), mergulha na nostalgia ("Maria Helena", "Saudades de Matão"), lembra os 30 anos da bossa nova ("Samba De Uma Nota Só", "O Barquinho"), brinca com as polcas alemãs, lembra dois temas premiados com o Oscar ("Chariots of Fire", "Zorba, o Grego") e, como bom libanês, inclui homenagens árabes ("The Sensual Chifti - Leila" e "Fata Morgana"). Uma gravação que deve vender mais ainda em sua versão em fita; é o ideal para relaxar no trânsito, nos momentos de engarrafamento. Ou em CD, para restaurantes que não têm cacife para contratar pianistas como o Dom Pedrinho.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
25
28/01/1990

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