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Aramis

Sérgio e sua boa opção brasileira

SÉRGIO REIS (Sérgio Basini, São Paulo, 23/6/1940) é um caso até raro na música popular brasileira. Numa época (segunda metade dos anos 60), em que os jovens cantores buscavam a macaquice do ié-ié, muitos chegando inclusive a adotar pseudônimos estrangeiros, ele, após iniciar dentro do movimento Jovem Guarda, gravando uma versão ("Lana", Roy Orbison, 61) e conquistando o sucesso popular com uma balada bobinha ("Coração de Papel", 1967) entendeu que o importante era se voltar às raízes brasileiras. Assim, a partir da aceitação de seu "O Menino da Gaita" (versão do musical de Fernando Arbex), encontrou em outro Menino - o da Porteira (da toada de Teddy Vieira e Luisinho), o abre-te Sesamo para uma carreira que o transformaria num sucesso nacional, riquíssimo e querido por imensas platéias. Cantor de mais de 500 músicas, fazendo uma média de 200 shows por ano em todo o país, astro de três filmes rurais (um deles, "Mágoas de Boiadeiro", um dos mais interessantes), Sérgio Reis tem hoje uma linha definida. Altíssimo, com seu chapéu, logotipo na cintura, botas, encarna uma espécie de "new rural" que tem sabido escolher os repertórios de seus discos, como este seu novo elepê, o 19º na RCA, como os anteriores com produção executiva de Tony Campello, outro sobrevivente da época mais ingênua da pré-Jovem Guarda, e que de intérprete das versões de ingênuos êxitos americanos (ao lado de sua irmã, Cely, há anos uma prosaica dona de casa e que já residiu em Curitiba), tornou-se competente profissional da produção fonográfica. Sérgio Reis, que há 5 anos emplacou um gaiato sucesso ("Panela Velha"), diversifica seu repertório, buscando até a participação especial de Luiz Gonzaga em "Baião da Garoa" (Gonzagão/ Hervê Cordovil). Sérgio Reis vai nostalgia interiorana - como "Velho Pouso da Boiada" (Dino Franco/ Indio Vago), "Fazenda São Francisco" (Paraíso/ Jesus Belmiro), "Sentimento de Caipira" (de sua autoria), a dor de cotovelo do homem do interior ("A Gaivota", de Léo Canhoto; "Morrendo de Amor", Canarinho/Maximino/ Parisi; "Amor e Saudade", Dino/José Milton Faleiros). Astutamente, também sabe buscar o humor, como em "O Mineiro e o Italiano" (Nelson Gomes/ Teddy Vieira), no qual aborda a disputa da terra, e busca também um canal com públicos mais intelectualizados, dando uma interpretação country a "O Cio da Terra" (Chico/Milton). Enfim, um disco brasileiro, de raízes fortes e confirmando a boa linha que Sérgio Reis soube adotar em sua carreira. LEGENDA FOTO - Sérgio Reis: a opção brasileira.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
07/06/1987
gostaria que me ajude a encontrar os filmes, magoa de boiadeiro e menino da porteira, estrelado pelo Sergio Reis. jose carlos pantuso filho belo horizonte - mg - Brasil

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