Simões, Bello & Cecilia
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de setembro de 1983
João manuel Simões, poeta e prosador , colega desta página com seus sempre lúcidos e poéticos textos, não pára de escrever e ditar. Nos últimos meses lançou dois novos volumes de ensaiso - "A Tangente e o Círculo" (122 páginas) e "Ernani Reichmann - Introdução (fragmentária) ao universo de um gênio" (125 páginas). Pela Civilização Brasileira saiu a aguardada segunda edição - revista e ampliada - de "Rapsódia Européia" - a visão lírica do bom simões de uma revisão do Velho Mundo, quase há 20 anos depois de ter deixado Portugal por Curitiba. Nesta segunda edição há 32 novos poemas - eliminando 15 da primeira edição. o editor Enio Silveira apreciou tanto a poesia de Simões, que deseja reeditar seus outros títulos - e que sao vários.
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Como Simões, também Jesus Bello Galvão trocou Portugal pelo Brasil e se fixou em Curitiba, onde reside há alguns anos. E aqui tem publicado, ensaios, artigos (alguns em O ESTADO) e livros, como "Eles Em Mim" (1982, 219 páginas), dedicado a Carlos drummond de Andrade. Nessa obra estão três longos e sérios ensaios, nas quais estuda a poesia do poeta de Itabira. Drummond já te uma ampla bibliografia interpretativa, a qual se acrescenta o livro de Bello Galvão.
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Falando em poetas, palmas a Nova Fronteira, que mantém viva a poesia de Cecilia Meireles (1901-1964). Ainda agora, reunidos num volume (297 páginas) "" Mar Absoluto/Retrato Natural", publicados originalmenteem 1945/1949, respectivamente - expressões de uma experiência lírica que só encontra paralelo em poetas como Rilke, tagore e Lorca. Cecilia leva ao extremo a inversão de poesia como "sentimento transformado em imagem" (como diria o filósofo italiano Benedetto Croce)
Deixai-me nascer de novo/nunca mais em terra estranha
nunca mais em terra estranha/mas no meio do meu povo
com meu céu, minha montanha/meu mar e minha família
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