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Aramis

Simone, o esquema branco do sucesso

Simone, suprestar que une a bonita voz com extrema sensualidade ( quase sempre em branco), como mostrou, há pouco mais de um mês, na inauguração do Palace, a exemplo de um Roberto Carlos, é hoje prisioneira de seu próprio sucesso. Representando investimento de milhões de cruzeiros para CBS, tem que obedecer a rígidos esquemas de produção, especialmente no que diz respeito ao seus discosanuais. Hoje, mesmo que quisesse, não poderia se dar ao luxo de fazer trabalhos criativamente audiciosos, como os que marcaram sua primeira fase, quando teve a felicidade de ser produzida por um dos maiores talentos do Brasil, o poeta e animador cultural Hermínio Bello de Carvalho. Em copençasão, Simone tem bom gosto e impõe, condições para fazer de seus discos, trbalhos que no minímo são dignos. Ao lado de todo um requintado visual erótico-branco, com fotos insinuantes na capa e posters, há os melhores arranjadores ( Cristovão Bastos, Dori Caymmi, Eduardo Souto Neto, Wagner Tiso, Chiquinho de Moraes, Jotinha), os mais competentes instrumentais para apoiar as músicas que escolhe. E hoje ter uma música gravada por Simone- ( como por Roberto Carlos)- é loteria para o seu autor: os direitos autorais garante uma granafirme. A exemplo de 1984- é fórmula que dá certo deve ser mantida- Simone apelou para um samba-de- enredo: "Amor no Coração" tem aquele ritimo otimista, comunicativo ( como" A -mamhã" ), já explicito na primeira estrofe: " Quem viver vera/ Que não foi em vão/ Eu quero é mmuito amor no coração" . Uma afinada bateria, ótimo vocal e a presença do violão de 7 cordas do Rafael dão a este samba -de - enredo uma comunicação ampla, por certo, novo sucesso a Simone. Depois vem o romantismo, pedra-de-toque de Simone , que a exemplo de Maria Bethania , briga pela interpretação melodramática das canções que escolhe: "Você é Real"(Piska/Fausto Nilo), tem as palavras certas para dar aqueles momentos de pique: "Você sabe quem eu sou/ E eu já sei quem somos nós/Qualquer chama de amor/Queima nossa voz/ Me leva ao paraiso/Tudo é vasto em teu sorriso/ E eu já posso ter certeza /Você é Real". O romantismo prossegue em "Princesa"(Flávio Venturini/ronaldo Bastos) "Tinha de Ser" (Tunai/Sérgio Natureza) e "Meu Marfin" (Eduardo Dusek)/Luiz Carlos Góes/Jorge Luiz Tavares). "A Outra", de Ivan Lins/Vitor Martins, tem condições de ficar na musicografia sofre o canto das amantes, numa lingua sofrida e erótica, com um grito de protesto; "Existe a outra/A que se dedica/Que se sacrifica/Pra que eu exista/Pra que eu seja artista /Pra que eu conheça/todas as delícias. A mesma dupla , Lins/Martins, em "Sonhos"(Arrastão dos Pecadores), oferecem uma música-cartão postal, de belissima estrutura, que se equipara a duas outras das melhores faixas: "Cristal" de Gonzaguinha e "Lábios Vermelhos"(Sueli Costa/Abet silva), com um achado poético: "Até nosso sangue/Deseja o pulsar/De um só coração". Simbolo erótico da canção, Simone não poderia deixar de colocar uma música assumida inteiramente. E está é "Água na Boca" (Tunai/Abel Silva), que já começa com um grito de paixão: "Ela me olha/E já subo nas paredes/Se ela me chama/ Eu sou peixe na rede/É uma coisa assim tão louca/Me deixa com água na boca".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
34
01/12/1985

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