Solano, o radialista
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de setembro de 1978
Solano Ribeiro, um dos mais conhecidos produtores de espetáculos musicais em teatro e televisão, em São Paulo, passou ontem algumas horas em Curitiba. Veio trazer documentação para habilitar o grupo do qual faz parte na concorrência que o Ministério das Telecomunicações promove para a concessão de mais uma estação de [freqüência] modulada. Às 13 horas, Solano já seguia para Porto Alegre, onde também apresentava, ainda ontem, na delegacia do Dentel, proposta para concorrer a outra estação a ser instalada na capital gaúcha.
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Produtor dos primeiros (e melhores) festivais da música popular brasileira - a partir daquele realizado em Guarujá, em 1965, que teve "Arrastão" (Vinícius de Moraes/Edu Lobo), defendido por Elis Regina, premiado em primeiro lugar, Solano Ribeiro tem um invejável curriculum artístico. Passou 3 anos na República Federal da Alemanha, trabalhando em televisão e atualmente faz parte de um grupo que está tentando criar uma nova fase no rádio brasileiro. Já possuem as rádios Americana (AM), no Rio de Janeiro e Antena 1, FM, em São Paulo. Antena 1 será, aliás, os nomes das rádios FM que o grupo pretende instalar em várias capitais brasileiras - incluindo Curitiba - desde que consiga a concessão dos canais.
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A propósito do Festival de MPB da TV - Excelsior, que praticamente lançou Elis Regina no cenário nacional, uma revelação da cantora: "Arrastão" só foi vitoriosa porque ela teve, corajosamente, a iniciativa de denunciar uma trama que estava sendo feita nos bastidores, por uma multinacional patrocinadora do evento, que desejava que a música vencedora fosse uma composição de Ronaldo Boscoli/Luiz Carlos Vinhas, defendida por Wilson Simonal, que servia de prefixo dos seus desfiles de moda. Depois que Elis colocou a boca no trombone, denunciando a malandragem, a música de Boscoli/Vinhas ficou em 5º lugar. E "Arrastão" tornou-se um dos maiores êxitos da MPB nos anos 60.
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