Stallone continua saga do "Rocky" com som pop
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de maio de 1991
Sylvester Stallone promete que não vai mais encarnar "Rambo", mas nada diz em relação a Rocky. Afinal, o boxeador ítalo-americano que lhe valeu sair do zero para o sucesso há 15 anos, com direção do talentoso John G. Avidsen, já chegou ao quinto filhote - sempre com excelentes bilheterias.
Assim como os filmes de 007, cada trilha sonora de "Rocky" também emplaca ótimas vendas. Para a quinta aventura da série, que continua a ser dirigida por Avildsen e com o elenco básico mantido - Stallone, Talia Shire (irmã do cineasta Francis Ford Coppola), Burt Young - a opção de Louis K. Burel, produtor musical foi montar uma trilha à maneira de nossas telenovelas. Ao invés de entregar a um único compositor, entre o rock e o rapper, para ilustrações sonoras tão violentas quanto as porradas que Stallone dá (e leva) no decorrer de suas lutas.
Assim o disco (lançado no Brasil pela EMI/Odeon) abre com "That's What I Said", com o nome maior do rapper, M. C. Hammer, que retorna em "Feel My Power". Em seguida desfilam Joey B. Ellis ("All You Gotta do is Sing e "Thought U Were The One For Me"), novamente Ellis agora em dueto com Tynetta Hare ("Go For It"!Heart and Fire"), The 7 A 3 ("Take You Back Home Sweet Home"), Snap ("Keep It Up") e Rob Base ("I Wanna Rock"), entre a turma nova. Um veterano, que tem momentos de ternura, Elton John, comparece com o belo "The Messure Of a Man"(Alan Aanken) e de Bill Conti, compositor de trilhas anteriores da série, é "Can't Stop The Fire", com letra de Ashely Irvin.
A trilha funciona dentro do espírito comercial com que o filme foi concebido. Afinal, extraindo leite das pedras ao estender um personagem como Rocky, não se pode esperar nenhuma obra-prima - nem visual, muito menos musical.
Enviar novo comentário