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Aramis

Suave música para um grande consumo

Cinco lançamentos de diferentes etiquetas, destinadas ao público que gosta da música suave, bem [tranqüila] e com pitadas de nostalgia, como está tão em moda nos dias atuais. Com uma orquestra de cordas, com arranjos e regência do maestro Renato de Oliveira, Julio Nagib produziu "Música à Luz da Meditação", cujo primeiro volume vendeu tão bem que agora sai o 2º número de uma série que não vai ficar por [aí] temos certeza. São oito temas escolhidos apropriadamente para os arranjos cor-de-rosa, impessoais mas ultra-digestivos do maestro Renato de Oliveira, um músico competente, não resta dúvida: "The dream of Olwen" (Charles Williams), Chanson Triste (Tchiakowski), "Icb Liebe Dich" (Grieg), "Aria na 4ª Corda" (Bach), "Elegia" (Massanet), "Jealous Lover" (Charles William) e "Song of the Orchid (Georges Melachrino/Jack Bentley), além de uma composição do próprio Renato de Oliveira, com título em inglês: "End less Night". Já o maestro alemão - que adotou um americano [pseudônimo], James Last, não para de fazer música para dançar e assim o seu "Non Stop Dancing 1974" (Polydor 2437254, setembro/74), onde, em arranjos rápidos, conseguiu sintetizar 25 diferentes músicas, desde os hits mais em voga, até músicas que ainda estão lutando para aparecer nas paradas. Sem dúvida, um disco para as paradas [tranqüilamente]! A série "Vale a Pena Ouvir de Novo", criada pela Odeon há 90 dias para reunir diferentes hits do passado, tem [seqüência] com o volume 2 (SMOFB 475, setembro/74), onde também a seleção é a mais [heterogênea] possível, mas com chances de agradar a diferentes parcelas de público. Assim temos desde o bolorento Lucho Gatica com seus "La Barca" e "Sabras Dios" até o desconhecido Ralf Bendix ("Baby-Sifter Boogie"), passando pela [Bélgica] (Wallace Collection em "Day Bdream!") [Itália] ("Una Casa In Cima Al Mondo" e o belíssimo "Senza Te"), Inglaterra (Hurricane Smith com "Don't Let It Die" e Maicon Roberts com "Loves Is All"), França (Frank Pourcel e orquesta com os já intragáveis "Tema de Lara" e "Dio Come Ti Amo) e, finalmente, EUA: Matt Monro ("From Russia With Love["]) e Shirley Bassey ("Goldfinger"). Bem mais pretenciosa - mas também mais bem sucedido - do que estas gravações, é o [álbum] "Variations Classiques" (Top Tape, OW 578), onde o maestro Paul De Senneville concebeu uma série de arranjos de bases [sinfônicas] para temas de sucesso, a maioria extraídos de trilhas sonoras de filmes, executadas por uma grande orquestra sob a [regência] de Michel Gannot. Assim, temos desde o "Love Story" de Francis Lay até "Il Etait Une Fois Dans L'Quest" de Ennio Morricone, passando por "Buch Cassidy", "Mrs. Robinson", "Windmills Of Your Mind", e "Gonfinger" "Midnigh Cowboy", dos temas cinematográficos, "La Mer" (Charles Trent), "Let It be" (Lennon/McCartney) e o quase desconhecido "Romantica Strings"(P. de Senneville). [Popularizadíssimo] no Brasil, graças a "Song For Anna", o compositor e instrumentista Herb Ohta, regente da Honolulu Symphony, é lançado internacional por outro astuto Herb - o Albert, da A & M, com um açucarado lp, reunindo composições no mesmo [gênero], ideais para os fãs de telenovelas e debutantes deslumbradas. Regendo sua Honolulu Simphony, Ohta apresenta sua música azul, pacífica como o oceano que rodeia a sua ilha. Um disco apenas digestivo, nada mais, mas que vai garantir um bom lucro para a Odeon, que o lança no Brasil!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
03/10/1974

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