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Aramis

Teatro

<< Um Grito Parado no Ar >> (Teatro Guaíra, a partir de hoje) se constitui numa das mais auspiciosas estréias da temporada. Pela importância do autor (Gianfrancesco Guarnieri), gabarito do elenco (Othon Bastos e Marilha Overbeck, entre outros) e competência do diretor (Fernando Peixoto) este é um espetáculo que se recomenda e merece a atenção do público que sabe apreciar o bom teatro. Para o crítico Décio de Almeida Prado, << Um Grito Parado no Ar >> marca, juntamente com << Céu Sobre Chuva >> ou << Botequim >> (em cartaz na Guanabara) a retomada urbana pelo autor Nos textos anteriores (Arena Conta Zumbi, Arena Conta Tiradentes, Castro Alves Pede Passagem) o autor inspirou-se em fatos e personalidades da história brasileira. Agora, Guarnieri nos apresenta uma dramaturga que vem desenvolvendo a temática de suas primeiras obras: << Eles Não Usam Black-Tie >> , << Gimba >> e << A Semente >>. Situando seus personagens em São Paulo, nos dias atuais, com traços amplos e fortes. Guarnieri nos oferece um painel vigoroso da << grande cidade >>. Utilizando apenas seis personagens e através da maior liberdade formal, com agudo espírito crítico,, GG conduz a espectador por entre os conflitos fundamentais de nosso tempo. Conformismo, desindividualização, massificação, escapismo, medo, tédio, angústia, a procura desesperada da reconstituição de valores, amor... >>. Um texto adulto, uma montagem inteligente e que com estréia nacional em Curitiba, se constitui em acontecimento dos mais importantes. Em tempo: a musica do espetáculo é de Toquinho (foto), que na última segunda-feira, com Vinícius de Moraes e Clara Nunes, esteve apresentando-se no Teatro do Paiol.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
26/04/1973

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