Tempo de Teatro (II)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de julho de 1984
Lilian Fleury, uma mineira que há um ano se fixou em Curitiba, é a nova coordenadora do projeto Carreta Popular, da Fundação Teatro Guaíra. Laerte Ortega, um entusiasta ao qual o teatro amador muito deve, passou a coordenar a área de circo, de forma que os bons frutos lançados neste período inicial da Carreta, por ele idealizado e dinamizado, passaram agora às mãos - que parecem igualmente competentes - de Lilian. De principio, esta mineira tem um mérito: procurar sensibilizar áreas de comunicação em relação ao projeto, até agora pouco divulgado e, portanto, sem maior repercussão junto à opinião pública.
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Em um ano de atividades - completados dia 24, terça-feira , o projeto Carreta Popular atingiu aproximadamente 100 mil pessoas, levando espetáculos amadores e profissionais. Entre outros grupos, por ali passaram o Lua Nova, Café Amargo & Leite Quente, grupo Eco, Filhos da Lua, Calçada Di Verso e Arte Negra. O Projeto Carreira já apresenta alguns frutos, com a formação de um grupo amador na Penitenciária Central do Estado, programação dirigida em fábricas e escolas públicas e um espetáculo criado com o grupo de alunos da Faculdade de Medicina Evangélica para ser levado em hospitais psiquiátricos.
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O Projeto Mambembão, que prossegue neste fim-de-semana com o Bale Popular do Recife (espetáculo "Prosopéia... Um Auto de Guerreiro", auditório Salvador de Ferrante 21 horas) também tem bons resultados. Se na semana passada faltou público para aplaudir o grupo da Paraíba que se apresentou no Teatro do Paiol (obrigando o cancelamento de dois espetáculos), um completo inventário do que foi encenado nos palcos de Curitiba, nos últimos 10 anos, foi levantado pelas pesquisadoras Celina Alverri e Marly Correa. Uma boa contribuição a nossa memória (tão Fraca) teatral.
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