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Um filme polêmico de Israel vence o FestRio em Fortaleza

Fortaleza - A trajetória de uma família israelense por uma região em conflito, nos quais paralelamente ao clima de guerra há também uma explosão de rancores, medos e ansiedade, constitui o tema de "Territórios Ocupados" (Sadot Ierukim), de Isaac Yeshurun, premiado como o melhor filme do 6º FestRio-Fortaleza. Embora já tivesse sido premiado no Festival de Jerusalém e levado a outros festivais - além de ter criado polêmicas em Israel (e entre a comunidade judaica internacional que já o viu), a escolha de "Territórios Ocupados" para o Tucano de Ouro causou surpresas - e mesmo algumas críticas ao resultado do júri. O grande favorito, "O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e seu amante", do inglês Peter Greenaway (mas concorrendo pela Holanda) ficou com duas premiações: melhor direção - o que era mais do que esperado - e melhor atriz - Helen Mirren, também favorita entre as várias candidatas. O prêmio de melhor ator foi justo e também uma homenagem a uma das personalidades mais fascinantes do cinema: Samuel Fuller, 75 anos, realizador de vigorosos filmes que especialmente a crítica francesa sempre valorizou interpretando um velho pai que é levado pelos três filhos à França, na procura do grande amor que ele deixou na Normandia, quando ali desembarcou no dia "D", 2ª Guerra Mundial, é uma das razões da grande emoção que "Em busca do amor perdido" (Sons), de Alexandre Rokwell (presente ao festival) consegue. O júri dos longa-metragens concedeu também dois prêmios especiais: à produção portuguesa "O processo do rei", de João Mário Grillo, "por seu rigor estético e pesquisa de linguagem na valorização da memória histórica", e ao brasileiro "Que bom te ver viva", de Lucia Murat, "por seu testemunho da violência e da tortura na história recente do país". "Que bom te ver viva" - que estréia quinta-feira, no Cine Ritz (e no dia 12, sua diretora, Lucia Murat, e a atriz Irene Ravache estarão em Curitiba para debatê-lo com o público) recebeu também menção especial do júri da Ocic (Organização Católica de Cinema), que premiou "Romero", produção americana, direção de John Duigan, sobre o arcebispo de El Salvador, assassinado em 1980 pelo Exército. O júri do Ocic, presidido por dom Hélder Câmara, justificou a premiação lembrando que "Romero" e "Que bom te ver viva" testemunham situações históricas e atuais da realidade latino-americana, caracterizada pelo desrespeito aos direitos humanos. "Romero" representa a indignação da Igreja Católica de El Salvador frente à repressão, à violência e às injustiças sociais. "Que bom te ver viva" nos conscientiza sobre o fato de que a tortura jamais deverá ser esquecida".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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03/12/1989

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