Uma maratona para conhecer os curtas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de setembro de 1989
Quem tiver tempo (e disposição) poderá conhecer um pouco do que tem sido realizado em curtas-metragens nos últimos três anos assistindo as sessões que por cinco dias serão realizadas no auditório Brasílio Itiberê (Rua Cruz Machado) a partir do dia 26. Desde os trabalhos mais medíocres até pequenas obras primas - como "Caramujo Flor", de Joel Pissini (mato-grossense mas de ligações curitibanas) foram inscritos para disputarem o troféu de melhor curta do Festival de Cinema Texaco - Cidade de Curitiba.
Como não houve critérios de seleção, todos os que enviaram seus curtas tiveram os mesmos automaticamente inscritos - o que faz com que até filmes já lançados nos circuitos comerciais estejam na mostra, como "A Garota das Telas", de Cao Hamburger (88, um dos curtas mais premiados em festivais) que foi exaustivamente explorado no circuito dos cinemas da Fucucu - mas que por seus méritos poderá ser um dos premiados.
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Se os curtas para o Festival de Curitiba tiveram entrada livre, sem qualquer critério de seleção, o Museu da Imagem e do Som / São Paulo acaba de realizar uma criteriosa mostra intitulada: "80 curtas dos anos 80". Através de consultas a jornalistas, críticos, realizadores, etc., foram selecionados os 80 curtas mais importantes realizados entre 1980/1989, mostrando a evolução deste gênero cinematográfico - que tem se desenvolvido bastante apesar de encontrar ainda rejeição do público nos circuitos comerciais (justamente provocado pela imposição, na maioria das vezes, de trabalhos medíocres).
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Trabalhos de três realizadores de nosso Estado foram incluídos na mostra do MIS-SP: "O Mundo Perdido de Kozak", 1988, de Fernando Severo; "Divina Previdência", 1984, e "Mato Eles?", 1983, de Sérgio Bianchi e "A Classe Roceira", 1986, de Berenice Mendes.
Pela ordem de pontuação, os dez primeiros classificados na mostra "80 Curtas dos Anos 80" foram os seguintes: "Frankenstein Punk", de Eliane Fonseca e Cao Hamburger (1986); "Ilha das Flores", de Jorge Furtado (1989); "O Dia em que Dorival Encarou a Guarda", de Jorge Furtado e José Pedro Goulart (1986); "O Som e o Tratado da Harmonia", de Arthur Omar (1984); "Ma Chê Bambina", de Cecílio Neto (1986); "O Inspetor", de Arthur Omar (1988); "Idos com o Vento", de Isay Wenfield e Márcio Kogan (1983); "Meow", de Marcos Magalhães (1981); "A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal", de Carla Camuratti (1987) e "The Masp Movie", de Hamilton Zino Jr. (1986).
Fernando Severo, com seu belo (e premiadíssimo) "O Mundo Perdido de Kozak", ficou bem classificado: 14º lugar, abaixo apenas de "Cana Braba - A Necessidade de Expressão", de Reinaldo Volpato e Romildo Sant'Anna (1987); "Diversões Solitárias", de Wilson Barros (1983) e "A Mulher do Atirador de Facas", de Nilson Villas Boas (1988).
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