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Vídeo, leituras e cursos de Débora, nossa Primeira Dama

Na próxima visita a sua avó paterna, dona Mercedes Amaral de Almeida, em Ponta Grossa, a Sra. Débora Almeida Dias, Primeira Dama do Paraná, estará fazendo uma experiência de vídeo-maker. Utilizando uma moderna filmadora que possui há algum tempo, vai documentar, demoradamente, não só a sua idosa avó - 94 anos, mas com excelente saúde e muito bom humor - mas, principalmente, a casa em que ela reside. A mansão dos Almeidas, um casarão na Rua Santos Dumont, 759 - no centro de Ponta Grossa, é daquelas residências que, pouco a pouco, desaparecem em seu interior, uma amostragem de bom gosto, talento e especialmente trabalho artesanal de operários e artistas anônimos que a construíram há mais de um século. Paredes e tetos artisticamente pintados, escadas, janelas e portas construídas em imbuia e cedro, amplas salas e quartos, pilastras altíssimas, enfim, uma residência como hoje não se faz mais. Foi ali, que nasceram os filhos de dona Mercedes, entre eles João Amaral de Almeida, pai de Débora. Advogado da Prefeitura de Curitiba - durante anos assessor parlamentar em várias administrações, Amaral faleceu em 12 de junho de 1979. Casado com a Sra. Jandyra Fernandes Almeida, teve uma única filha, Débora, hoje com 26 anos. xxx A preocupação de Débora Dias em documentar a casa de sua avó através de um vídeo familiar, a ser feito mais com o coração do que obedecendo regras estéticas de cinema, é apenas uma das muitas faces culturais da Primeira Dama do Paraná. Até hoje, nenhuma das muitas reportagens sobre a bela e jovem esposa do governador Álvaro Dias, transmitiu toda a sua sensibilidade cultural, e, especialmente, sua visão lúcida, moderna e mesmo avançada do mundo em que vive. A convivência com o poder, o que a obriga a dividir seu dia entre múltiplos compromissos, não retirou o interesse que sempre teve pela literatura. Admitindo que entre os livros e o cinema, sempre preferiu a leitura, Débora agradece, hoje, ao rigor carinhoso com que seu pai, quando ela tinha verdes 13 anos, a estimulou para a leitura da obra completa de Fiodor Dostoievski (1821-1881). - "Não era fácil mergulhar no universo sombrio, denso, de livros como "O Jogador", "Os Demônios", "Os Irmãos Karamazov", "Crime e Castigo", e mesmo nos contos da Rússia czarista. Hoje, entretanto, vejo que foi fundamental aquele conhecimento de uma outra realidade". O advogado João Amaral de Almeida, todas as tardes, cobrava o resultado das leituras, explicando aquilo que a menina Débora, por sua pouca idade, não poderia, então, compreender em sua totalidade. Assim, hoje, Débora consegue, por mais ocupada que esteja sua agenda, reservar um tempo mínimo para ler livros que aguardam a vez e hora de serem apreciados. Sua mãe, dona Jandyra, comenta: - "São tantos, que uma das preocupações é disciplinar a sua colocação, ainda mais agora que Débora e Álvaro voltaram a residir um apartamento com espaços limitados". E não só livros de leitura fácil, descartáveis. Se "O Nome da Rosa" a encantou - "e vi o filme, que gostei, mas não se compara" - "O Pêndulo de Foucoult", o novo romance puzzle de Umberto Eco, é o que atualmente ocupa seu tempo livre. Só que desde o início do ano, obras bem mais pesadas - da filosofia do Direito - estão também sendo estudados. Aluna do curso de pós-graduação em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná - onde espera lecionar a partir do próximo ano - Débora teve que dividir ainda mais seu dia - entre as responsabilidades de esposa do governador, e presidente da Promopar, com o tempo para assistir aulas e, especialmente, acompanhar um rígido programa de leituras. Explica, com bom humor, a decisão de acrescentar a seu ocupadíssimo tempo, também novos cursos: - "É que eu tinha certeza de que neste ano deixaria de ser a Primeira Dama do Paraná e voltaria apenas a ser a Sra. Álvaro Dias, no máximo, ele candidato ao Senado. Só que as coisa mudaram e até 15 de março de 1991 continuo também no cargo de Primeira Dama". Continua no cargo, mas não mais na casa oficial. Acostumada sempre ao conforto - cresceu no Jardim Social, onde seus pais residiram por muitos anos - Débora confessa que nunca lhe agradaram as mordomias e responsabilidades de administrar a mansão do governo. Assim, apesar de Álvaro ter continuado governador, sua opinião valeu muito para voltarem ao apartamento na Praça da Ucrânia, no qual estava residindo sua mãe. Em breve, deverão mudarem-se para um novo apartamento, ainda em obras, próximo ao Clube Curitibano. LEGENDA FOTO - Débora Dias: um vídeo sobre a casa de sua avó paterna, em Ponta Grossa.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
20/05/1990

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