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Aramis

Voar é com o João

João Osório Brzezinski, pintor , professor na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e do Centro de Criatividade, talvez inicie em breve uma nova - e original - atividade: orientar o primeiro curso para a formação de hang-gliders no Paraná. Homem apaixonado pelos esportes aeronáuticos - tem brevê há 8 anos, é adepto do volovelismo aos domingos, João Osório adquiriu em 1975 a sua primeira asa-voadora, com a qual vem sendo o pioneiro no esporte que, pouco, começa a se popularizar no Brasil: o chamado vôo livre. *** Nio início, João Osório era o único paranaense, a , nos sábados e domingos procura as encostas para se atirar de 100 ou 150 metros e plantar por minutos no espaço - como livre homem-pássaro. Agora já há mais de 4 companheiros que, junto com ele, encontraram na Serra de São Luiz do Parumã, nas imediações do Cristo que o fazendeiro Antônio Lustosa de Oliveira construi em sua propriedade, o local ideal para o esporte. De um penhasco, João vem dando saltos de até 250 metros, mas a sua grande meta é a Serra do Mar. Ali, diz ele, há condições de saltar até de mil metros de altura, percorrendo mais de 15 quilômetros - com uma visão privilegiada de toda a bela região. *** Na semana passada João Osório adquiriu, por Cr$ 40 mil, uma nova asa, com envergadura de 7 metros e que lhe permitirá vôos maiores está preocupado em difundir este esporte e, como exemplo, cita as palavras de José Inácio Wernwck ("Vogue/Homem", março/78): "Para o leitor, a asa voadora constitui-se em uma opção suicida, embora seja na verdade uma depuração da personalidade, a alegria de ver aceito e acolhido na ordem natural dos movimentos do vento. É a integração do humilde bipede implume - porém homo sapiens - com a respiração, o arfar da mãe natureza. Longe de procurar o suicídio, o homem-voador desenvolve seu senso de autopreservação, consciente de que, ali, no jogo de sua técnica com as correntes térmicas, está só no mundo e não depende de mais ninguém". *** João Osório se dispõe a criar um curso para os que se interessam por este esporte, onde cada vôo, especialmente o primeiro, é uma conquista sobre o medo, num processo "cujo maior risco é nos levar sempre a novas fronteiras". O empresário Paulo Camargo se interessou já em adquirir a antiga asa de João e tomar algumas lições. Outros amigos do pintor também mostravam interesse, embora a prática deste esporte - sofisticado, novo e excitante - exija além da coragem e do amor a aventura, também uma razoável conta bancária: afinal, uma asa voadora, de confiança, não fica por menos de Cr$ 25 mil.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
12/03/1978

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