A volta de Lou
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de dezembro de 1989
Ao lado das reedições com os momentos iluminados das carreiras de Ellington, Armstrong e Artie Shaw, há também opções do jazz contemporâneo, que se faz nesta década. Pela Blue Note/Emi/Odeon temos o excelente cantor Lou Rawls ("At Last"), que embora já com 30 anos de estrada, mais do que nunca está em evidência, com seu clima de jazz-soulgospel-blues. Sem gravar, entretanto, há anos, Rawls volta num belíssimo álbum no qual o repertório, variando do blues ao soul com baladas de cunho jazzistico, é quase todo novo - em canções na maioria assinadas por Lyle Lovette ou o co-produtor de Billy Vera, mas que em sua voz perfeita soam já como standarts. Como disse um crítico, Lou Rawls não inventou o soul, mas sua discografia a partir dos anos 50 contribuiu para a definição do estilo e neste "At Last" está melhor do que nunca, emocionando em faixas como "Good Intentions", "Two Years of Torture" e "You Can't Go Home" e em dois estonteantes duos vocais - com Dianne Reeves em "Five Brown Frame'7" e com Ray Charles em "That's Where It's At".
Enviar novo comentário