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Aramis

Wandeca maravilhosa

WANDERLÉA curti o primeiro choro na tranqüila Governador Valadares, cidade importante do Estado de Minas Gerais. Pouco tempo depois, a família mudou-se para outra cidade mineira: Lavras. Lá vieram os primeiros estudos e as primeiras incursões radiofônicas. Seus fanas, à princípio, eram somente os vizinhos e a família, graças a sua incurável mania de cantar no rádio. Aos poucos Wanderléa começou a adquirir experiência e seu talento imediatamente veio a tona: ninguém sabia melhor comunicar-se com o público ou escolher musicas que fossem do agrado geral. Mas o seu sonho dourado era a grande metrópole com seus programas infantis ouvidos em todo o País, suas múltiplas chances de sucesso e sua mágica atração para quem quer seguir a vida artística. Então, o Rio de Janeiro surgiu-lhe como a concretização de todos os seus sonhos dourados. Na Ilha do governador, seu primeiro endereço na Guanabara, ela fez o segundo e terceiro anos do antigo primário, no Colégio Anita Garibalda. Daí foi tudo mais fácil. Uma amiga de Cordovil levou-a para cantar no "Clube do Guri" e no "Vovô Odilon", dois dos mais importantes programas infantis da época agradando sempre por seu estilo alegre e pessoal Inscreveu-se num concurso para eleger a melhor voz infantil e acabou abiscoitando-o sem maiores esforços. O prêmio era, nada mais, nada menos, que um contrato com uma gravadora. Tendo apenas 9 anos de idade, seu pai não permitiu sua profissionalização tão jovem. Mas o contrato ficou a sua disposição para quando tivesse mais idade. Durante quatro anos Wanderléa prosseguiu nos seus esforços por um lugar ao Sol, adquirindo experiência e aumentando cada vez mais 0 n. o de seus admiradores. Mas continuava estudando. Desta vez no Colégio Pedro I, pela manhã, e a tarde, no atelier da professora Do Carmo, aprendia pintura. Ainda neste mesmo período pré-gravação, cursou o IBEU (instituto Brasil Estados Unido, que ensina a língua inglesa) e, no Ministério de Educação e cultura, com a mestra Dra. Fernanda Barcellos, aperfeiçoou-se em diversas matérias. Então, veio o grande dia: a primeira gravação em disco Por sinal, ainda eram aqueles antigos discos de 78rpm. A música era "Meu Anjo da Guarda", na antiga Columbia. E foi lá na gravadora que conheceu Roberto Carlos. Os dois, por estarem na mesma fábrica, percorriam as rádios juntos, para divulgarem seus discos, de onde surgiu uma amizade sólida que perdura até hoje. Viagens por todo o Brasil, excursões, promoções, tudo feito para lançar a dupla Somente com Roberto Carlos estourando seu primeiro sucesso "Splish Splash", foi que Wanderléa teve oportunidade de fazer conhecer ao País todo o seu enorme valor. Em seguida, juntos com Erasmo Carlos, foram convidados a fazer um programa de TV que viria a ser o marco de todos os acontecimentos relacionados com a nova juventude musical da década dos anos 60. Era a "Jovem-Guarda", mais importante manifestação musical jovem da história da musica popular do Brasil! Com o sucesso fortíssimo obtido individualmente, cada um deles partiu depois para sua própria carreira artística, culminando agora que Wanderléa, e Erasmo Carlos, já bastante amadurecido e importantes dentro do panorama musical atual, pertencem ao elenco milionário da PHONOGRAM. Wanderléa veio para Polydor (um produto phonogram) cercado do maior respeito e consideração por [arte dos diretores artísticos, produtores e demais membros da equipe de produção da gravadora. O resultado de longa-pesquisa, estudos tanto na escolha de repertório, quanto na gravação propriamente dita, é o LP lançado em novembro/72. Mazola & Jairo Pires cuidaram da produção do disco Guia, foi quem dirigiu a gravação no estúdio da própria Phonogram Rio, agora com 8 canais. Os arranjos estiveram a cargo de Zé Roberto. Nelsinho Motta planejou e iniciou os primeiros passos da gravação, mas com sua viagem a Europa, foi obrigado a deixar pro Jairo-Mazola- Guti o restante da transa. A foto-desbum da capa é de Antônio Guerreiro, enquanto Sérgio Wernwck deu o "click" certo na da contracapa. Responsável pela programação gráfica da capa foi Aldo Luís, com a cumplicidade do Zé, Iara & Avelino, o trio impossível das artes gráficas da Phonogram e quem mais? O Luigi e Aril nos botões da mesa de gravação e o Joaquim no corte do acetato.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música Popular
1
28/01/1973

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