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Aramis

"A-Z", a ex-"Around" chegou ao 100

A mais sofisticada das revistas brasileiras, "A-Z", ex-"Gallery-Around", comemorou em dezembro o número 100, com edição especial na qual também trouxe uma original secção destinada aos "dez mais", em categorias das mais originais e irônicas. Nascida há oito anos e seis meses, como house-organ da luxuosa "Gallery", clube privé de José Victor Oliva (entrevista de dezembro na "Playboy"), Giancarlo Bolla e Gugu di Pace, a revista adquiriu autonomia a partir de 1982. Dentro da linha de publicações sofisticadas que surgiram após Andy Warhol (19 -1987) ter criado a sua "Interview", em Nova Yorque - e que teve uma réplica brasileira (também já chegando ao número cem) e, em termos regionais, a "Quem", que Carlos Jung edita há 8 anos, "A-Z" , é, como diz seu editor de estilo, Antônio Bivar, "ainda uma ninfeta, mas que ninfeta!" Elegante, sofisticada, destinada a um público de altíssimo poder de consumo (o que se traduz em suas caríssimas tabelas publicitárias), a publicação passou a ter a participação da jornalista Joyce Pascowitch, colunista da "Folha Ilustrada") como diretora-de-redação a partir do número 11. A primeira capa colorida da ainda "Around" foi no número 21 e seu estilo liberto, até debochado, fez escola. Como diz Bivar, hoje, qualquer número antigo ou novo de "Around", seja de que período ou passagem for, é um genuíno collector's item. O nome mudou definitivamente para "A-Z" em junho de 1987, numa sugestão do publicitário Carlito Maia, quando o projeto gráfico passou a ser assinado por Guto e Carlos Batistela. Bivar lembra que houve quem chamasse a "Around" de "bíblia yuppie" , quando a coisa yuppie pintou forte na moda. Mas a "A-Z" é mais que isso. "Claro que ela também abrange mas vai fundo no que se destaca bem e alça vôos mais altos. É uma revista aberta, que mexe com as tendências sem ser jamais uma tendenciosa. Ao longo destes anos ela vem abordando, entre outros assuntos, a nova bossa nova (durante seu boom 85), excêntricos, fetiches, políticas, viagens, comidas, fantasias, sensualidades, anarquismos, heróis e heroínas, dandies, poseurs, autênticos, minimalismos, camp, midnight thrills, kitsch, glitter, hardcore, maneirismos etc. etc.". Basicamente com vendas por assinaturas (Cz$ 1.200,00) mas chegando também em bancas dos bairros mais elegantes (em Curitiba, no Batel) "A-Z" é representativa de um estilo de jornalismo soft, rico e irreverente - que tem outras aproximações ("Playboy", "Ele & Ela") e cuja faixa até um curitibano, Faruk El Khatib, tentou atingir há alguns anos, quando investiu milhões de antigos cruzados na "Penthouse" nacional - que, infelizmente, não chegou a emplacar o primeiro aniversário de circulação.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
29/12/1987

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