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Aramis

Quem recebeu os prêmios da Sharp

Dos indicados para as 60 premiações nas oito categorias, poucos foram os que não compareceram ao Golden Room do Hotel Copacabana Palace na festa de entrega dos troféus criados pelo designer Ariel Severino (e mais um cheque, entregue posteriormente, no valor de US$ 2 mil, a cada escolhido). Hermeto Paschoal, duplamente premiado - disco "Por Diferentes Caminhos", Som da Gente e música ("Pixotitinha"), na categoria instrumental, foi representado por sua esposa e nora. Nana Caymmi, melhor cantora, está em São Paulo, mas sua filha, Stela Maria, recebeu o troféu. Ed Motta, revelação masculina e melhor cantor, foi representado por sua mãe, Laura, emocionadíssima. Seu tio, Tim Maia - uma das presenças carismáticas da noite, melhor cantor na categoria canção popular - com bom humor, era uma presença descontraída. Alguns limitaram-se a um simples "obrigado", enquanto outros estenderam os agradecimentos aos colegas, produtores, familiares e a Deus - lembrado por vários artistas. Milton Nascimento, que em 1988 havia sido escolhido melhor cantor ao receber o troféu como melhor disco ("Miltons", CBS), dedicou a premiação "a todos os músicos brasileiros que não deixam cair a peteca". Nelson Gonçalves, o melhor cantor deste ano (por seu lp "E por falar em pessoa", BMG/Ariola), lembrou que, aos 70 anos de idade, 53 de carreira e 50 de fonografia, "é bom receber uma premiação desta importância". Gonzaguinha, autor da melhor música, na categoria MPB ("É"), foi objetivo em seu discurso - lembrando o grande Gonzagão e dizendo que sente-se como se estivesse reiniciando sua carreira - em alto astral. Genésio Tocantins, goiano de Goiapins, 31 anos, revelação na categoria de música regional (pelo lp "Rala Bucho", RGE) deu um toque diferencial: mesmo fugindo da recomendação de que deveria se limitar a falar algumas palavras, cantou, à capela, sua bela música "Lira do Povo" e, em seguida, lembrou a presença de sua conterrânea e parceira Wanda de Almeida. Na categoria regional, Tonico (João Salvador Perez, 70 anos), falando em nome do irmão, Tinoco (José Perez, 96), lembrou que a dupla há 52 anos está na estrada da música rural brasileira - e a premiação, agora recebida, foi "um momento de reconhecimento", "antes tarde do que nunca" - em sua forma acaboclada de falar. Sérgio Reis, 49 anos, melhor cantor, completou a homenagem à dupla rural: - Dedico meu prêmio a Tonico & Tinoco, que me ensinaram a amar a música brasileira. xxx De cada um dos premiados, haveria uma observação - mas não há espaço. Assim, aqui vão os nomes dos demais premiados, nas diferentes categorias, e que não foram mencionados nas linhas acima. Clássico: Arthur Moreira Lima pelo álbum "Villa-Lobos" (concorriam também Miguel Proença e o Quarteto Bessler Reis); Samba: Geraldo Vespar (arranjador pelo lp "Alma do Brasil", com Beth Carvalho); Roberto Ribeiro (bisando a premiação, pois já havia ganho na mesma categoria em 1988); Alcione (melhor cantora, "Ouro e Cobre"); Martinho da Vila (melhor disco, "Festa da Raça", CBS), ausente, representado pelo seu filho; Fundo de Quintal (melhor grupo) e melhor música - "Além da Razão" (Sombrina, Sombra e Luiz Carlos da Vila) - com Beth Carvalho, intérprete da música, no palco, participando da festa. Regional: Chiquinho do Acordeon (arranjador, lp "Simples Como a Vida", Dominguinhos, Continental); cantora: Carmen Silva; discos: Luiz Gonzaga ("Gonzagão e Fagner", ausente, representado por Gonzaguinha); grupo (Obina Shock); música ("Remeleixo", Dominguinhos/Nando Cordel); revelação feminina - Fátima Leão. Instrumental: César Camargo Mariano (arranjador, lp "Mitos", CBS); grupo: "Nó em Pingo D'Água" (nesta categoria concorria também a Orquestra de Câmara de Blumenau); revelação masculina: Charles Gonçalves (flautista, 12 anos, revelado por Aluízio Falcão e lp da Idéia Livre). Infantil: Grupo Rumo ("Quero Passear", Eldorado) e música - "A Noite do Castelo" (Helio Ziskinci, do grupo Rumo). MPB - Gilson Peranzzeta (arranjador, lp "Cartola", com Leny Andrade); grupo (14 Bis); revelação feminina (Ná Ozetti, lançada pela Continental). Pop Rock: Portinho (arranjador, por "18 Anos Sem Sucesso", com o grupo Joelho de Porco); Rita Lee (cantora); Paralamas do Sucesso (grupo) e Cazuza (melhor disco e melhor música, "Brasil", também escolhida como a Música do Ano). Canção Popular: Eduardo Assad (arranjador, lp "Martinha", Continental); cantora: Sandra de Sá (também melhor disco, BMG/Ariola); Roupa Nova (grupo); música: ("Cabeça Feita", Tim Maia; Willie e Dom Mita); Solange (revelação feminina) e Ricardo Bomba (revelação masculina). Projeto Visual: O trabalho da equipe de OZ Desenho e Associados para o álbum "Por Diferentes Caminhos", de Hermeto Paschoal (Som da Gente). LEGENDA FOTO - Ed Motta, duas premiações no Prêmio Sharp da Música: cantor e revelação masculina. Ausente na festa de entrega dos troféus, foi representado pela mãe, Laura.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
28/04/1989

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