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Imara Reis

No campo de batalha

Mesmo antes de chegar às telas, "Romance", de Sérgio Bianchi, paranaense de Ponta Grossa, vem ganhando elogios de quem já viu em sessões especiais. Caio Fernando Abreu, no caderno 2 do "Estado de São Paulo", analisando o filme de Bianchi e "Sonho de Valsa", diz que enquanto o filme de Ana Carolina traça "um retrato da corrupção interior do emocional deste país movido a absurdas fantasias, "Romance" parte para o retrato exterior dessa mesma corrupção. A de fora, a dos podres poderes.

"Romance", de Bianchi, em estréia nacional no Ritz

Sérgio Bianchi, paranaense de Ponta Grossa, é uma pessoa afetiva e apaixonada. Assim é que fez questão de que seu segundo longa-metragem, "Romance", tivesse praticamente seu lançamento nacional em Curitiba (cine Ritz, desde ontem), cidade em que residiu por mais de 15 anos. Afinal, seu longa anterior, "Maldita Coincidência", foi que inaugurou o cine Groff há alguns anos - e só depois foi visto em São Paulo, ganhando o reconhecimento dentro da linha que o crítico Jairo Ferreira chama de "Cinema de Invenção".

Um Romance sem complacência no filme-Verdade de Serjão

Serjão não perdoa: Filma! Não há complacência: o inferno espera a todos. Os fotogramas são balas full metal jacket: o suicídio é mais do que a única questão (seria?) que tanto angustiava (Albert) Camus (e seus discípulos). A impotência frente ao inexorável, o desencanto, o vazio - quase um nihilismo propositadamente assumido, em que a concessão a canalhice do sistema é tão mortal quanto ao suicídio real ou a passagem da morte num ritual homossexual.

Assassinato na estréia de um filme brasileiro

Tanto "Maldita Coincidência" como "Romance" foram filmes de produção complicada. Para realizar estes dois longas-metragens, Sérgio Bianchi investiu quase 10 anos de sua vida e energia que o tornou muito mais descrente e amargo do que se tivesse seguido uma profissão convencional.

Os médias-metragens na busca do melhor espaço

"A Classe Roceira", documentário que a curitibana Berenice Mendes rodou há dois anos sobre os sem-terras e que recebeu as duas principais premiações - troféus Samburá e Benjamin Abrão - no II Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro, é ainda inédito para o público de Curitiba. Mesmo com a lei que obriga os cinemas das cidades com mais de 200 mil habitantes a programarem nas sessões em que são exibidos filmes estrangeiros a projeção de um curta-metragem nacional, filmes como o de Berenice - aplaudidos e elogiados - continuarão vetados.

"Filme Demência", um Fausto perdido na noite paulista

Se "Anjos do Arrabalde" - o melhor filme do Festival de Gramado - só poderá ser visto, por enquanto, em vídeo (já lançado pela Transvídeo, sendo distribuído as locadoras) e, no circuito comercial, em Curitiba, ainda não tem data marcada para estrear, o filme anterior de Carlos Reichenbach - e que lhe valeu o Kikito de melhor diretor no Festival de Gramado -1986, está em exibição no cine Groff, nesta semana: "Filme Demência". É um filme oposto ao clima de "Anjos do Arrabalde". O próprio Reichenbach nos dizia, na semana passada:

Dois filmes importantes: Demência e O Sacrifício

Depois das inesperadas - e esplêndidas - estréias da semana passada - especialmente "O Sacrifício" de Andre Tarkovski (que continua no Ritz), "A Cor do Dinheiro" (também em 2ª semana, Condor) e "Sobre ontem à Noite..." (de Edward Zwick) - esta uma visão do amor dos jovens, que, infelizmente, ficou apenas sete dias no Astor - temos mais dois lançamentos.

"Vera", a melhor estréia da semana

Duas ou três estréias apresentam-se como opções para quem já assistiu aos (bons) filmes em cartaz e, inteligentemente, prefere ainda a beleza ampla da tela larga do que o vídeo que limita (e prejudica) a projeção de filmes concebidos originalmente para o cinema.

No sonho de fazer cinema a melhor estréia

Uma programação tranqüila, com apenas uma estréia importante - SONHO SEM FIM, o belo filme de Lauro Escorel, amanhã nos cines Lido I e Ritz. No mais, são as continuações e reprises, embora, substituições de última hora continuem a acontecer. Por exemplo, no Groff estava previsto o retorno de "O Encouraçado Potenkim", clássico de Sergei Eiseintein, mas, na última hora, o que voltou foi o emocionante e belo "A Mulher Ao Lado", de François Truffaut, com Fanny Ardat - que, nestas alturas já deve estar no Hotel Nacional, participando, mais uma vez do III FestRio.
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