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Pedro Jorge de Castro

E nos curtas estão os grandes temas sociais

Enquanto os longa-metragens ganham uma natural promoção pelo fato de fazerem carreiras comerciais, os curtas e médias são, infelizmente, condenados a um tratamento perverso. Representam o esforço de realizadores que se empenham em levar à tela as visões dos mais diferentes aspectos da realidade - ou mesmo na ficção (embora seja difícil contar uma estória no limite de 15 minutos), são produzidos com inúmeras dificuldades (especialmente financeiras) e, no final acabam ficando restritas e exibições confinadas no circuito paralelo, sem chegar ao grande público.

"Tigipió", quando o conto chega a tela

A adaptação de obras literárias para o cinema foi um dos pontos em debate ontem, pela manhã, na mesa redonda sobre "Literatura e Roteiro no Cinema Brasileiro". Um dos expositores foi, justamente, o cineasta Pedro Jorge de Castro, 42 anos, professor da Universidade Federal de Brasília e que estreou no longa-metragem com "Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra", baseado num conto que seu conterrâneo, o cearense Herman Lima (1897-1981) publicou em 1934.

Tigipió: um Nordeste sem emoção

O nordeste, tão cantado em versos e prosas e conhecido dos filmes de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, mais uma vez aparece nas telas do cinema. Tigipió, o filme que passa hoje às 20 horas no Lido I, dentro da programação da I Mostra de Cinema Latino Americano do Paraná, para alguns serve como um grito político, que mais uma vez denuncia a situação daquele povo. Para outros, é uma história envolvendo a caipirinha da região com o fino engenheiro da cidade grande.

O nosso cinema vigoroso, atuante sempre presente entre os melhores

Os espectadores (e mesmo críticos e pesquisadores) mais xenófobos sonham com o dia em que a página dos Melhores do Cinema possa ser elaborada somente com filmes brasileiros. Afinal, apesar de todos os problemas que existem há 90 anos para quem tenta fazer cinema no Brasil, a nossa produção cresce em quantidade e qualidade.

Não é fácil consolidar um festival de cinema

Os maiores e internacionais Festivais de Cinema são hoje os grandes show-rooms da indústria que um dia o russo Ilya Ehrenburgh definiu como "a usina dos sonhos". Engana-se quem pensa que os festivais são artísticos em sua concepção. Quanto maior torna-se um festival, maiores os interesses dos produtores de filmes nele exibidos. No Brasil, ainda não chegamos a esta era fria e implacável - e eventos como o de Gramado e Brasília, os mais famosos do cinema brasileiro, possuem ainda aquela estrutura artesanal. Em Gramado, especialmente, o festival é algo feito com amor pela comunidade.

Em Fortaleza, filmes inéditos e de qualidade

Fortaleza, agosto - Com menos de Cz$ 3.000.000,00, o Ceará está realizando um festival exemplar do cinema brasileiro. Dois anos após a sua primeira edição (outubro/85), graças a um mutirão de esforços em que somaram a Universidade Federal, Secretaria da Cultura/Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, Banco do Nordeste e Federação das Indústrias, tornou-se possível viabilizar um evento que, discreto e eficiente, conseguiu trazer à turística capital cearense aquilo que mais importante há para um festival: filmes inéditos e de qualidade.

No campo de batalha

Exatamente na hora em que o excelente média-metragem "Rio de Memórias", mostrando imagens de uma Copacabana do início do século, era exibido terça-feira, 4, no Cine São Luiz - no II Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro - chegava a notícia da morte de Dick Farney (Farnésio Dutra, 66 anos), o cantor que imortalizou as imagens românticas da Copacabana dos anos 50, na canção de João de Barros / Alberto Ribeiro. xxx

Filme de Berenice vai para Fortaleza

Com toda razão a mignon Berenice Mendes está com um sorriso dentifrício, o que a deixa ainda mais bonita. De princípio, já tem nas mãos o enxugadíssimo e criativo roteiro que Valêncio Xavier fez a partir do romance "O Drama da Fazenda Fortaleza", escrito pelo historiador David Carneiro há 40 anos - e que ela quer levar ao cinema, marcando sua estréia no longa-metragem.

Muitos eventos e pouca competição

Professor de cinema da Universidade de Brasília e cineasta calejado em festivais, Pedro Jorge de Castro, 45 anos - e que apesar de ser o seu longa de estréia "Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra", premiado com o troféu Pierre Kast no II FestRio, ainda não conseguiu lançamento deste belo filme - ao assumir a direção técnica do II Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro, decidiu modificar as regras do jogo. Assim a mostra principal de longa-metragem em 35mm, caracterizar-se-á como um "festival de seleção", ou seja, não competitivo. Explica Pedro Jorge:
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