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Aramis

Aqui, Jazz (I)

É possível que não se repita o mesmo que em 1978 - quando o I Festival Internacional de Jazz, em São Paulo, provocou a edição de quase 300 elepês deste genial musical no Brasil - onde a dieta jazzística sempre foi rigorosa, obrigando os aficionados a recorrerem aos discos importados, hoje acima de Cr$ 1.00,00 a unidade. Mas o êxito do II FIJ (Anhembi, maio/80) e o próximo Rio/Monterrey Jazz Festival (Rio Centro, 15 a 17 de agosto), com a presença de grandes nomes, está motivando que as edições jazzísticas se sucedam. As várias fábricas procuram extrair de seus catálogos o que possa se ajustar melhor, seja em edições isoladas ou em coleções organizadas, como tão bem sabe fazer Maurício Quadrio, por exemplo, responsável, partir de 1972, pela mudança nos conceitos de que << Jazz e música clássica não vendem >>. Na Polygram e, nos últimos 4 anos na Odeon, à frente da área de projetos especiais, Quadrio tem provado que jazz vende. E muito. Se assim não fosse, não teriamos tantos - e importantes - lançamentos na praça. Como dentro de menos de um mês tem inicio o Rio/Monterrey Jazz Festival, trazendo nomes como dos tecladistas Chick Corea e Herbie Hancock, cantor Al Jareau, guitarrista George Benson, tecladista George Duke, grupos como Weather Report, Earth, Wind and Fire, Thrid World e, após mais de uma década de ausência, o retorno de Airto Moreira e Flora Purim - para, junto aos melhores instrumentos brasileiros, viverem três dias do mais quentes jazz, vamos registrar, a partir deste domingo, o que há de novo, na área jazzística na praça. Especialmente porque o espaço que vem se dando ao festival de Montreaus (onde o Brasil, mais uma vez, teve uma participação vigorosa com artistas como Pepeu, baby Consuelo, Jorge Ben, Gal Costa etc., levados por André Midani, da WEA) é grande e o interesse aumento cada vez mais. PARA TODOS OS GOSTOS A multiplicidade das edições acompanha a nova política dos festivais de jazz. Ao invés de ficarem apenas no estilo tradicional, tanto Monterey, como Montreaux estão diversificando as promoções, aceitando outras correntes musicais. Se isso, de um lado, irrita os puristas, que só aceitam o estilo tradicional, por outro, possibilita que faixas mais jovens sejam atraídas aos espetáculos (a exemplo do que aconteceu em São Paulo, em 1978 e em maio último) e para << curtir >> o << reggae >> de Peter Tosh, fiquem conhecendo uma tecladista tão notável quanto imerecidamente inédita (até hoje sem um único Lp lançado no Brasil) como Mary Low Willians ou um extraordinário sax-tenor como Dexter Gordon, que, finalmente, tem mais dois elepês agora colocados nas lojas, via CBS - que oferece, neste mês de julho, um excelente << pacote >> do melhor jazz, selecionado por Arlindo Coutinho, conhecedor da área. O qual vem se somar ao primeiro suplemento da ECM, que a WEA já lançou há 80 dias (prometendo mais 20 discos ainda para agosto), a << Blue Note Jazz Classics Twins >>, da EMI/Odeon e os primeiros lançamentos que a RCA - agora detentora do catálogo da Pablo (até então nas mãos da Polygram) - começa a fazer, e que, esperamos. sejam agilizados. DE PRINCÍPIOS, OS TECLADOS - De início, vamos falar nos tecladistas. Desde as << Unknown Session >> de Duke Ellington (1899-1974), mais uma preciosa contribuição da CBS para o enriquecimento da já vantíssima discografia ellingtoniana (com um reforço do álbum duplo que a WEA também colocou na praça, embora sem a necessária força promocional) até os incríveis Chick Correa e, especialmente, Herbier Hancock. Enfim, tecladistas com força total. Comecemos com as << sessões desconhecidas >> de Ellington, numa gravação de 4 de julho de 1960. Como disse o biógrafo de Ellington, Stanley Dance, a herança musical deixada pelo extraordinário pianista, compositor e maestro inclui um número considerável de sessões de gravação em estúdios, sem lançamento em disco, como no caso das 11 faixas reunidas agora neste Lp precioso. Algumas sessões eram apenas experimentais, realizadas com o objetivo de Ellington ouvir o que havia composto e arranjado. Outras destinavam-se a obter algo de seus músicos, empregados, sob salário regular e temporariamente sem serviço e outras, para tocar dentro de um contexto de << relax >>, sem grandes preocupações com o resultado. Algumas sessões não terminara, pois Ellington não teve tempo nem vontade para concluí-las. Entretanto, despertam agora um grande interesse, uma vez que Ellington se foi. É o caso dos números gravados há 20 anos e que, pela primeira vez, se ouve em disco. Um repertório magnifico, que chega a dispensar maiores comentários - inclusive pela falta de espaço para tanto: << Everything But You >>, << Black Beauty >>, << All Too Soon >>, << Somenthing To Live For >>, << Mood Indigo >>, << Driole Blues >>, << Don`t You Know I Care >>, << A Flower Is Lovesonte Thing >>, << Mighty Like The Blues >>, << Tonight I Shall Sleepe >> e << Hight Way Blues >>. E desta << unknown session >> participaram instrumentistas como Ray nance no pistão. Lawrence Brown no trombone, Johnny Hodges no sax-alto, Harr carney no sax-barítono, Aaron Bell no baixo e San Woosyard na bateria. A série << Blue Note Jazz Classics Twins >>, cuidadosamente montada por Maurício Quadrio e lançada pela Emi/Odeon (como, no passado, já havia feito nas séries << Jazz History >> e << Jazz Monster >>, pela Verve Polygram: << Capitol Jazz Series >> e << Jazzology >>, já na Odeon), também tem álbuns documentais importantes. É o caso de > com Bud Powell (1924-1966), pianista da maior importância dos anos 40/50. Leonard Feather, o maior nome da crítica e pesquisa de jazz, lembra que o material reunido nos dois elepês que compõem este volume compõem << a safra de uma viagem através da mente de Bud Powell. É uma viagem cujo percurso atravessa a beleza e a escuridão, o prazer e a tristeza, pois esta mente é uma terra estranha e dotada com o brilho do gênio, porém perseguida pela doença e privação >>. Nova-iorque Bud começou tocando nos clubes de jazz de Manhattan e já revelou, de primeiro, << sinais de um estilo bop incipiente, antes mesmo de existir esta palavra. Durante a década de 40 fez parte do incansável grupo que tinha algo novo e excitante a contar ao mundo, mas que era mostrado em poucos lugares. Foi, entretanto, durante este período que suas frases executadas com grande velocidade e com invenção hermônicas de caráter melancólico, que, felizmente, impressionaram o produtor Alfred Lion, da Blue Note, a gravar, a partir de 1949, sessões que, agora, temos num álbum duplo extraordinário. Assim, 3 faixas iniciais do lado 1, disco 1 , são destinadas aos << takes >> de << Un Poco Loco >>, seguido de duas homenagens a amigos que Bud admirava: << Monk (<< 52th St. Theme >> e Burke/Van Heusen (<< It Could Happen To You >>). Apesar da presença de outros clássicos - como << a Night In Tunísia >> (Robin/Gillespie), o maravilhoso << Autum in New York >> (Vernon Duke), a importância destas gravações estão nas próprias composições de Powell, como << Wail >> ou << Glass Enclosure >>, embora não se possa esquecer sua << leitura >> de << Over the Rainbow >>, onde ouve-se a bateria de Max Roach, ou em << boucing With Bud >>, com Sonny Rolins no sax-tenor. Thelonius Monk (Thelonious Sphere, Rocky Mount, Carolina do Norte, 1920), numa espécie de comemoração aos seus 60 anos, tem uma tripla edição no Brasil. No volume 6 da << Blue Note Jazz Classics Twins >>, um álbum duplo cujo título já define a personalidade deste incrível pianista e compositor: << Genius of Modern Music >>. Em diferentes formações, contando inclusive com a participação de Art Blakey (piano), Milt Jackson (vibrafone) e Lucky Thompson (sax-tenor) em várias faixas, no repertório só cinco exceções para faixas de outros autores: << April In Paris >> (Duke), << Carolina Monn >> (David/Burker), << Suburban Eyes >> e << Evonce >> (Quebec) e << Nice Work >> (Gershwin). Para definir Monk, nada melhor do que as palavras do crítico Ira Gitler: << o dicionário define o gênio como uma capacidade natural excepcional para criação e concepção original, e gênio é uma pessoa que possui essa capacidade. Quando consideramos os atributos de Monk à luz dessa definição, o título << Geniur of Modern Music >> se esquadra logicamente em todos os sentidos. A criatividade de Monk não se limita à melodia ou harmonia, ou o ritmo, mas engloba os três. Suas inovações hermônicas (novos acordes, padrões diferentes e reinterpretações das concepções standard) constituíram-se em fatores dos mais importantes na revolução musical que se constituiu o bedop, da qual foi um dos líderes. E isso podemos sentir tanto nas gravações do álbum da Blue Note, como o extraordinário << Monk Misterioso >> (recorde on tour), produção de Theo Macero, registrado em diferentes ocasiões, e reunidas no lp na CBS, na série << Collector Jazz Series >>. Com Charlie Rouse no sax-tenor, Brass Warren no baixo e Frank Dumlop na bateria, temos << Misterioso >>, do registro no Lincoln Center: << Light Blue >>, num dos festivais de Newport e << Evidence >> quando de uma de suas viagens a Tóquio. As demais faixas o trazem com Larry Gales no baixo e Ben Riley na bateria, em faixas gravadas no jazz workshop, em San Francisco (<< I`m Gettin`Sentimental Over You >> e << All The Things You Are >>), em The Village Gate (<< Honeysuckle Rose >>, << Bemsha Swing >>), e na Brandeis University (<< Well, You Needn`t >>). Sem maiores indicações de data e local, mas importante para proporcionar que se ouça Thelonious Monk somente ao piano, << Piano Solos >> (Everest/Imagem, 8003), completa esta trilogia de edição de Monk. Com excessão de << Smok Gets In Your Eyes >>, somente composições próprias, não esquecendo, obviamente, seu mais conhecido tema, << Round About Midnight >>. O TECLADO ROMÂNTICO E VANGUARDISTA - Desconhecido no Brasil até há cinco anos, hoje Bill (WilliamJo) Evans (Plainfield, New Jersey, 1929) é um dos pianistas mais populares. Aqui já fez duas temporadas (numa delas, inclusive apresentando-se em Curitiba) e já tem vários álbuns editados, dois deles antológicos, devididos com o cantor Tony Bennett. Assim, um novo disco de Evans sempre tem um público seguro: seja em solo, ou acompanhado de trio ou quarteto, como no caso deste recente << We Will Meet again >> (WEA, 36.153, julho/80), gravado entre os dias 6 a 9 de agosto do ano passado, em Nova Iorque, e dedicado a memória de seu irmão, Harry (1927-1979). Em relação aos elepês (e temporadas) anteriores, a formação instrumental atual de Evans é nova: Marc Johnson substituiu a Eddie Gomes no baixo, Joe LaBabera está na bateria, Larry Schneider alterna-se no sax-tenor/soprano e flauta e Tim Harrell inova no pistão. A seleção musical não poderia ser melhor: << Conrade Conrade >>, << Laurie >>, << Bill`s Hit Tune >>, for All We Know >> (We May Never Meet Again) >>, << Five >>, Only Child >> << Periscope >> e << We Will Meet Again >>. Um dos grandes momentos do Festival de jazz de São Paulo, em 1978, foi a presença do tecladista Chick Corea. Em 15 de agosto, na abertura do Rio Jazz Monterey Festival, teremos não só Chick Corea, mas na << piano summit >> a presença de outro (jovem) mago do teclado - Herbie Hancock, numa noite em que estarão ainda no Riocenter o Weather Reporter e Milton Nascimento, Hermeto Pascoal e Flora Purim, afora vários músicos brasileiros e o Iraquere - o mais famoso conjunto moderno de Cuba. Chick Corea (Chelsea, Massachusetts, 1941) já é conhecido do público brasileiro: filho de um pianista. Arnaldo, estudando desde os 4 anos, formou-se ouvindo Parker, Gillespie, Powell, Lester Young e Evans. Em 1959, já em Manhattan, iniciava uma carreira, alternada entre os estudos de música e trabalhos práticos. Em 1966 substituía Gary Burton, vibrafonista, no conjunto de Stan Getz, dois anos depois acompanhava Sarah Vaughan em Las Vegas e, depois substituiria Hancock na banda de Miles Davis, com quem gravou << Filles de Kilimanjaro >>, << In A Silent Way >> e o célebre << Bitches Brew >>, três dos mais vanguardistas discos de Davis. Deixou o grupo de Miles em 1971 para formar o grupo experimental Circle, com o baixista de Davis, Dave Holland, o baterista Barry Altschul e o multissoprista Anthony Brax ton. Sobre esta fase, Chick explica: Miles é um lírico que trabalha com estruturas musicais básicas. A música que eu e dave Holland queriamos criar era quase toda improviso e desestruturada >>. Circle gravou um álbum para a Blue Note e outro para o selo alemão ECM, o << Paris Concert >>. Nesta época, por sugestão de Manfred Eicher, Chic fez dois notáveis álbuns corajosos de piano acústico avant-garde, << Piano Improvisations Vol. I e II >> e com Gary Burton, << Chrystal Silence >>, um extrasiante dueto lírico. Ainda à procura de uma identidade musical, Chick forma o << Return To Forever >> cujo núcleo seria formado por ele e o jovem baixista Stanley Clarck, mais Airto Moreira, Flora Purim e o saxofonista Joe Farrell. O primeiro << Return To Forever >> foi feito para a ECM e, entre 1971/77, houve várias substituições no grupo, ao longo dos 8 elepês gravados. Simultaneamente, Chick fez discos individuais como o << My Spanish Heat >>, << The Leprechaum>. e, mais recentemente << Secret Agent >>. Seus últimos trabalhos incluíram dois álbuns duplos, gravados ao vivo, com Herbie Hancock (um lançado pela Philips, outra pela CBS, ambos inéditos no Brasil), o lp-solo << Delphi >> e << Duet >>, com Gary Burton. Esta obra de Chick Corea tem aparecido de forma irregular no Brasil: 4 lps do << Return To Forever >>, mais << My Spanish Heat >> e << The Leprecheun >> saíram pela Polygram. A WEA, no primeiro pacote da ECM, lançou o << Duet >>, dividido com o notável Gary Burton e o histórico lp que fez com Holland (baixo) e Altschul (percussão), em janeiro de 1971, com apenas 6 temas, cinco de sua autoria e << Nefertini >> de Wayne Shorter, além do volume 1 do << Piano Improvisations >>, onde todas as composições são do próprio Corea, sendo que no lado 2 estão << Where are You Now? >> (A suite of eight pictures). Particularmente, achamos este um dos mais perfeitos discos de jazz-piano-solo já produzidos nos últimos vinte anos. Chick não para e agora temos o seu mais recente lp - (<< Tap Step >>, WEA), gravado entre dezembro de 1979 e janeiro de 1980. A abertura é com << Samba L.A . >>, onde há a vigorosa presença de Airto Moreira e Flora Purim, enquanto em << The Embrace >> se destaca o vocal de Gayle Moran e a flauta de Hubert Laws e em << Tap Step >> o sax de Joe Farrell. No lado 2, << Magic Carpet >>, << The Slide >>, << Grandpa Blues >> e << Flamengo >>, << Sambas L. A. >> é dedicado a Airto e Flora, grandes amigos de Chick. Se os álbuns duplos de Chick e hancock, gravados ao vivo, permanecem inéditos, temos, em compensação, dois lançamentos que mostram o vigor de Hancock, 40 anos, que começou há 20 anos com Coleman Hawkins (1914-1969), trabalhou com Donald Byrd, Phil Woods, Eric Dolphi, Oliver Nelson, Miles Davis, Bob Brookmeyer, antes de se lançar em sua carreira solo. Fazendo a trilha sonora para << Blow Up >> (Depois Daquele Beijo, 67), de Antonini, o prestígio de Hancock cresceu ainda mais. << Toys >>, volume 8 da << Blue Note Jazz Classics Twins >>, reúne gravações feitas entre 1963/68, naturalmente com diferentes formações instrumentais - mas incluindo mestres como Dexter Gordon (sax), Freddie Hubbard/Donald Byrd (pistão), Ron carter (baixo), Tootie Heath (bateria), Humbert Laws (flauta). Ao longo de 12 faixas em dois elepês, acompanha-se, a evolução deste extraordinário pianista e compositor. Já << The Best of Herbie Hancock >> (Epic/CBS), reunindo faixas extraídas de lps feitos entre 1973/79, possibilita que se acompanhe outra década de trabalhos de Hancock, com temas como << Ready or Not >>, << Tell Everybody >> e << I Thought It Was You >>. O argentino Lalo Schifrin, que chegou a fazer até um disco de Bossa Nova no Brasil, no início dos anos 60, é hoje um dos mais requisitados compositores de trilhas sonoras nos Estados Unidos. Mas sua formação jazzística o leva a propor novas idéias - mesmo que discutíveis, para os conservadores. Isso se observa em << No One Home >>, produção que a CBS também coloca agora no Brasil. Acompanhado por músicos relativamente desconhecidos e com um repertório próprio, é um álbum onde se destacam especialmente os vocais, num total de 10 vozes. a percussão é do brasileiro Paulinho Costa e as músicas principais têm títulos como << Enchanted Flame >>, << You Feed Good >> e << Memory Of Love >> e << Middle Of The Night >>. FOTO LEGENDA 1- Gury Burton DUET Chick Corea FOTO LEGENDA 2- lalo Schifrin No One Home FOTO LEGENDA 3- Mona Mistérios FOTO LEGENDA 4- Bud Powell FOTO LEGENDA 5- Bill Evans FOTO LEGENDA 6- Chick Corea-Tap Step - FOTO LEGENDA 7- Herbie Hancock FOTO LEGENDA 8- FORRÓ Belarmino e Gabriela no cipoal burocrático: cassaram o alvará do Forró. (Tablóide, p. 6)
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Jornal da Música
1
20/07/1980

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