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Dona Mariah, a mãe de Gal, vem lançar "Vidas da Vida"

Uma boa notícia: talvez a vinda de Gal Costa a Curitiba seja antecipada para o próximo fim de semana. Não que o lançamento oficial de sua linha de perfumaria vá acontecer imediatamente (conforme aqui registramos na coluna de domingo), mas, sim a bela superstar viria para um evento bem mais afetivo e familiar: prestigiar a noite de autógrafos de "Vidas da Vida", livro de crônicas-contos de sua mãe, Mariah Costa Penna. *** A arquiteta Consuelo Cornelsen, que se divide entre Curitiba-São Paulo-Rio de Janeiro, deve voltar hoje à cidade para definir a festa de lançamento de "Vidas da Vida", "que será uma grande celebração a Dona Mariah, uma pessoa maravilhosa e que todos os artistas baianos adoram". Justamente por isso, não se surpreendam se a colônia baiana, em peso, chegar a Curitiba a partir de sexta-feira, a convite do prefeito Jaime Lerner - amigo de Gilberto Gil e Caetano Veloso, com quem sempre se desdobrou em gentilezas quando vêm a Curitiba. Agora, numa retribuição a Lerner, Gal, Gil, Caetano e outros baianos bem sucedidos escolheram Curitiba para fazer o lançamento nacional de "Vidas da Vida". *** A produção deste volume de 183 páginas tem muitas ligações com Curitiba, conforme aqui registramos há mais de um ano, quando Consuelo Cornelsen começou a armar o projeto. Miran (Osvaldo Miranda), o mais conhecido designer e artista gráfico da terra, fez ilustrações para o livro - em preto e branco, numa linha simples e, de certa forma num estilo diferente daquele estilo que tradicionalmente caracteriza seus trabalhos. Consuelo coordenou a edição, embora oficialmente seja Geraldo Vasconcelos, da Horizonte Editora (de Brasília) que faz o lançamento. Pequena editora, pouco conhecida ainda, a Horizonte já fez, entretanto, 390 edições, atingindo uma respeitável cifra de tiragem: um milhão e cem mil exemplares, somando todos os seus títulos. Num estilo simples, mas muito bem trabalhado nas palavras, Dona Mariah Costa Penna, uma senhora com mais de 80 anos, extremamente simpática segundo todos que a conhecem, coloca nos textos de seu "Vidas da Vida" flagrantes humanos, estabelecendo uma empatia dos personagens com os leitores. Sente-se em seus textos os reflexos de personagens reais, com estórias acumuladas ao longo de toda a sua vida - o que faz com que a leitura de seu livro (o segundo que publica, pois há 12 anos, pela Editora Tommes já havia lançado "A Casa do Morro") seja agradável e estimulante. São seis textos avulsos - "Pedaço de Vida", "Adversidade", "O Anjo do Canteiro", "A Menina e o Cão", "Charuteiras" e "O Mar e o Menino", que espelham o universo de pessoas simples e extremamente humanos - em suas paixões, problemas do quotidiano, dúvidas e inquietações. Na dedicatória, Dona Mariah reporta-se a Dostoievski ao dedicar seu livro aos "humildes e humilhados", mas acrescenta seu justo orgulho de ver a filha Gal como uma de nossas maiores estrelas: "tudo que escrevo é para minha filha". No curto prefácio, Márcia Stein diz com precisão: "a linguagem porreta de boa, faz sorrir de saudade de um tempo que se a gente não viu, reconhece por ser brasileiro. A postura é a do galo; das esporas prontas para a briga, essa que acontece todo dia, a de sobrevivência do corpo e da alma".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
21/02/1989

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