Karen Horney, a lucidez feminina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de novembro de 1991
No início dos anos 60, "Nossos Conflitos Interiores", da psicanalista alemã Karen Horney (1885-1952) era um dos livros mais procurados no catálogo da então atuante Civilização Brasileira. Passados quase 40 anos da morte da pioneira da psicanálise - e com a Bertrand Brasil tendo assumido a Civilização - o pensamento de Horney continua atualíssimo e a prova é que um dos lançamentos importantes da área da psicanálise é o que acontece agora: "A Psicologia Feminina" (tradução de Talita Rodrigues, 260 páginas, Cr$ 6.300,00). tratam-se de 16 ensaios reunidos pela primeira vez em edição organizada e apresentada por Harold Kelman, nos quais Karen Horney submete a questão da feminilidade às suas penetrantes observações clínicas e a rigorosa testagem de suas próprias hipóteses, bem como daquelas formuladas por Freud. Assim discute temas como a frigidez, o ideal monogâmico, os conflitos maternos, a desconfiança entre os sexos, o masoquismo feminino e a necessidade neurológica de amor. Recordando a sua vivência - numa carreira iniciada em Berlim, onde se formou em medicina e que terminou nos EUA, onde fundou o Instituto Americano de Psicanálise - Karen Horney avalia, correntemente, os fatores psicológicos no contexto das influências culturais.
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