Morreu Schnorrenberg
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de outubro de 1983
Passou desapercebida na imprensa curitibana a morte do maestro Roberto Schnorrenberg, ocorrida no último dia 10, em São Paulo, Submetido a uma cirurgia cardíaca no dia 3 de outubro, o gordo e polêmico regente faleceu há uma semana, em sua casa. a morte foi tão inesperada, que nem seus grandes amigos de Curitiba, cidade intimamente ligada à sua carreira, puderam comparecer ao seu sepultamento.
Nascido em São Paulo, a 23 de julho de 1929, formado em História e Geografia pela USP, Roberto Schnorrenberg estudou violino, regência e composição no Brasil, aperfeiçoando-se depois na Alemanha. Entre 1955 a 1957 foi regente da Orquestra de Câmara Musika Vir, em Bruxelas, e ao retornar ao Brasil, dividiu-se várias atividades: professor, coordenador de curso internacionais de músicas de Tresópolis (1959361 e 63) e, especialmente, os cursos e festivais internacionais de Música do Paraná - entre 1965 a 1970 e de 1976 a 1978. E foi nesta condição de poderoso diretor dos festivais musicais que, nos governos Ney Braga e, especialmente, Paulo Pimentel, movimentavam musicalmente os meses de janeiro e fevereiro, que Schnorrenberg se tornou uma personalidade polêmica, com críticos e defensores - como sempre acontece com as pessoas criativas e realizadoras.
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Os necrológicos da imprensa paulista destacaram a personalidade de Schurrenberg como animador cultural e, especialmente, o seu temperamento polêmico. Entretanto, independente da avaliação que se faça de seu trabalho, uma coisa é certa: nos anos em que dirigiu os cursos e festivais em Curitiba, aqui aconteceram grandes concertos, com a presença de nomes da maior expressão - e numa série de discos, estão gravados alguns destes momentos. Uma época que passou e que dificilmente se repetirá, especialmente, no atual << governo participativo >> , na qual as atividades musicais são consideradas como << elitismo >> e que por isto mesmo estão totalmente desprezadas pela << assessoria cultual >> (sic) do governo José Richa.
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