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Aramis

Uma trilha muito louca de Arrigo para o filme "dark"

Arrigo Barnabé, 35 anos, paranaense de Londrina, hoje um dos nomes nacionais no cinema e começando uma carreira cinematográfica - depois de ser Orson Welles (1915-1985) quando jovem no instigante "Nem Tudo é Verdade" de Rogério Sganzerla, vem aí como ator, co-produtor e autor da trilha sonora de "Cidade Oculta", teve que usar de toda sua infl;uência junto à Polygram para que a trilha sonora que fez para este segundo longa-metragem de Chico Botelho saísse em disco. Assim, neste final de ano, mesmo com toda a crise de lançamentos - provocada ironicamente por supervendas - chega nas lojas a trilha do filme dark estrelado por Arrigo, que há 3 meses, no Cine-Rio Festival, obteve os prêmios de melhor direção, filme, trilha sonora e fotografia. Premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pela trilha sonora que criou para "Vera" (de Sérgio Toledo) - que não será editada em disco - Arrigo desenvolveu em "Cidade Oculta" uma trilha compatível com o clima dark do filme, um policial rodado exclusivamente à noite, nas margens do Tietê, em cabarés da zona pesada de São Paulo - por onde circulam os personagens Anjo (Arrigo), Japa (CelsoSaiki), Shirley Sombra (Carla Camuratti), e Ratão (César Mamberti). Antecipando-se à trilha integral - que reúne desde um rock que usa "Poema em Linha Reta" de Fernando Pessoa (numa dilacerante interpretação da Patife Band, liderada por Paulo Barnabé), até uma suave valsinha tema-central, saiu também um mix, com a faixa "Pô, amar é Importante". Só que esta música, cantada por Arrigo com Dino Vicente nos teclados e bateria eletrônica e a participação especial de Tetê Espíndola, não é composição de Barnabé. É de autoria de outro vanguardista, o paulista Hermelino Neder, que à frente de sua banda Footbol Music, gravou já um disco independente tão amalucado quanto raro de se encontrar. É tão difícil aparecer a trilha sonora de um filme brasileiro, que o lançamento da sound-track de "Cidade Oculta", em si, já é um destaque. E frise-se que sendo um trabalho de Arrigo Barnabé tem, de princípio, um público especial.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
23/11/1986

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