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O Beijo da Mulher Aranha

Reprises, seqüência e a estréia de A Lenda

Uma semana praticamente sem estréias, mas assim mesmo com alguns programas interessantes. Em termos de lançamento, a única novidade é "A Lenda" (Legende), de Ridley Scott - cineasta notável pelo rebuscamento de seus filmes ("Os Duelistas", "Allien, o Oitavo Passageiro", "Blade Runner") e que, voltando-se mais uma vez ao universo fantástico, realizou um filme de belíssimas imagens, bem recomendado pela crítica internacional.

Passoline e Antonione estarão na Cinemateca

Apesar de estar adotando o sistema de reprises de filmes de sucesso - devido a dificuldades de conseguir lançamentos - o bom Francisco Alves dos Santos continua a segurar a peteca na programação das salas da Fundação Cultural. Assim, enquanto "A Rosa Púrpura do Cairo" de Woody Allen está agora no cine Luz, o Ritz relançou aquele que foi, para nós, um dos melhores filmes do ano passado: "Procura-se Susan Desesperadamente", de Susan Seidelman, com a cantriz Madonna (excelente atuação), Susan Baquette e Aidan Quenn. Um filme de revisão obrigatória.

Reprises indispensáveis

Na peça (e no romance) "O Beijo da Mulher Aranha", o personagem Molina passava a maior parte do tempo contando o argumento do filme "O Sangue de Pantera" (Cat People, 42, de Jacques Tourneur). Quando Hector Babenco levou a estória para a tela não pôde usar a mesma citação: além dos direitos de "Cat People" pertencerem a RKO, o mesmo já havia sido refilmado por Paul Schraeder - irmão, aliás, de Leonard, roteirista de "O Beijo...".

Geléia Geral

É cada vez maior a presença de músicos americanos no Brasil. apaixonados por nossa MPB, entusiasmados com o Rio de Janeiro (e as cariocas, tanto é que muitos aqui acabaram casando), os gringos vão ficando por aqui e, com isto, resultam também harmoniosos casamentos musicais. O mais recente exemplo é o High Life, produto do talento de quatro talentosos instrumentalistas brasileiros com o saxofonista americano Stevie Slagle, que já trabalhou com Stevie Wonder e Carlos Bley.

Prince, agora com a trilha de seu filme

Ao menos numa área o boom da música pop é benéfica: as trilhas sonoras dos filmes nesta área são lançadas no Brasil independente das cópias aqui terem ou não distribuição comercial. Há pelo menos uma dúzia de filmes-pop que apesar de superstars em seu elenco jamais tiveram exibição mas cujas sound tracks pintaram com êxito (agora, é possível encontrá-las em vídeo-tape, no Tape Clube do Paraná e qualquer dia destes faremos uma apreciação a respeito). Ultimamente, as trilhas sonoras dos filmes-pop passaram a ter lançamento no Brasil quase que simultaneamente a Europa e Estados Unidos.

Apesar da Copa, cinco estréias interessantes

Em pleno início da copa, quando o Brasil (ainda) está em campo, cinco estréias não deixa de ser um record. Normalmente, distribuidores e exibidores temem qualquer lançamento neste período em que as atenções se voltam para a televisão mas, após meses de inanição cinematográfica, os circuitos não tiveram outro remédio que renovar suas programações.

Huston, 80 anos, com humor e competência

No ano de seu 80° aniversário, John Huston era o favorito na festa do Oscar-86. Afinal, além de sua competência como diretor ao longo de 35 filmes marcantes - mesmo nos momentos mais fracos - havia o aspecto emocional: poderia repetir-se no Dorothy Chandler Pavillion, em Los Angeles, na noite de 24 de março último, indiretamente o que emocionou os espectadores na 25ª festa do Oscar, em 1948: John Huston recebendo os troféus de melhor diretor e roteirista e seu pai, Walter Huston (1884-1950) premiado como melhor coadjuvante por "O Tesouro da Sierra Madre".

Apenas uma estréia de maior interesse

Derradeiras oportunidades: hoje, em 5 sessões, no Lido II, a chance de assistir um dos mais políticos e sociais filmes do ano - o emocionante "Minha Terra, Minha Vida" (Country), de Richard Pearce, produzido e interpretado por Jessica Lange - que mereceu indicação ao Oscar como melhor atriz. Infelizmente, mais uma vez, um grande filme tem sua carreira encerrada precocemente, já que o "inteligente" público curitibano ainda continua apenas ligado aquilo que lhe é imposto promocionalmente, incapaz de valorizar obras de arte que não estejam acondicionadas em esquemas pré-estabelecidos.

No campo de batalha

Inesperadamente, Francisco Alves dos Santos programou dois clássicos na Cinemateca do Museu Guido Viaro, que mereceriam, aliás, maior tratamento promocional. Na terça e quarta-feira, "Limite", o cult-movie que Mário Peixoto realizou em 1929 e que permaneceu inédito por quase 50 anos. Hoje, sábado, temos "Sangue de Pantera" (Cat People), 1942, de Jacques Tourneur - considerado um dos mais exemplares filmes de terror da escola de Val Lewton, que marcou os anos 40.

Máfia com humor, comédias, SF e documentários da RDA

Uma semana de boas perspectivas. Afora uma mostra de filmes da República Democrática da Alemanha - quebrando assim um pouco a presença quase que exclusiva dos cineastas da RFA - temos uma das mais aguardadas estréias do ano: "A Honra do Poderoso Prizzi", de John Huston, que teve oito indicações ao Oscar mas que, afinal, na noite de 24 de março último, ficou apenas com o troféu de melhor atriz coadjuvante - para Angélica Huston, filha do diretor John e atual amante de Jack Nicholson - astro deste filme (e que também concorreu ao Oscar).
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