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Aramis

Um noivódromo para o centro

O Rio de Janeiro já tem o sambódromo, o camelódromo e, agora o rockódromo. Curitiba poderá Ter o primeiro novódromo do Brasil. A idéia é simples, prática e barata. Está no projeto "Centro da Cidade", documento elaborado por uma equipe de arquitetos do Ippuc e que, em primeira mão, registramos nos últimos dias. xxx Dentro das propostas feitas nesse projeto, que foi coordenado pelo arquiteto Rafael Dely, estará o da inversão no tráfego do centro, especialmente na zona próxima à Praça Tiradentes. Com isso se eliminaria, praticamente, a passagem de veículos defronte à Catedral Metropolitana, que, como marco do centro real de Curitiba, há muito necessita Ter maior área de proteção e não uma via de alto tráfego defronte, como acontece atualmente. Assim, desviando-se o tráfego pelas ruas Tobias de Macedo/Alfredo Bufrem/Presidente Faria, haverá condições de se ampliar as calçadas na fase Sul – e a construção de um pequeno tablado permanente, na saída da Catedral – ou seja, um noivódromo – já que atualmente, quando ali se realizam casamentos, os noivos não podem ficar na porta, para fotos ou cumprimentos, tendo em vista o intenso tráfego da área. Naturalmente que a finalidade da inversão do tráfego não é essa, mas será uma conseqüência simpática e natural de mudanças a introduzir na área. xxx Outra idéia que o projeto trouxe já começou a ser posta em prática, graças à sensibilidade que Glauco Souza Lobo, diretor executivo da Fundação Cultural, tem para projetos de animação: a utilização da Marechal Deodoro como ampla área para grandes eventos. Isolada em algumas quadras, sem que isso altere o tráfego, em datas e horários pré-fixados, a Marechal é um espaço natural para que milhares de pessoas possam, saudavelmente divertir-se. xxx Não só no carnaval, mas em outras datas, a Marechal já começa a adquirir essa vocação: a de sediar festas realmente populares. Assim foi no Dia da Criança e, há apenas duas semanas, no belo reveillon que, em boa hora a FCC promoveu. No passado, quando Maria Elisa Paciornik ocupava a cadeia na qual hoje se senta Glauco, a Fundação já havia feito uma festa semelhante, só que no Largo da Ordem. Agora, a festa cresceu, ocupando várias quadras na Marechal Deodoro. xxx Considerando a possibilidade da Marechal Deodoro sediar festas regulares, a idéia é implantar equipamentos permanentes evitando-se a montagem e desmontagem de arquibancadas, e, especialmente, sistema especial de iluminação. Há uma idéia de decoração elétrica, com lâmpadas de várias cores, que dará à Marechal Deodoro, entre ruas João Negrão/Senador Alencar Guimarães, um festivo e animado aspecto a ser acionado sempre que necessário. Um Quermessódromo, no sentido literal da palavra. xxx O arquiteto Rafael Dely tem consciência da polêmica que a proposta ensejará, mas, bom profissional, tem argumentos sólidos para justificar suas idéias. A principal delas é a defesa do centro como local certo para as grandes festas, já que, por mais que se defenda a descentralização de atividades, a própria população opta, sempre que possível, pelos eventos do centro, sinônimo de animação e alegria, o que, nos últimos anos, deixou de acontecer, pela própria transformação do comércio, que funciona no cuore urbano (Bancos, ao invés de cinemas; magazines substituindo restaurantes, etc). Devolver vida e alegria ao centro eis o grande mérito do projeto, que agora está nas mãos de que de direito, para ser discutido e, talvez, quem sabe, algum dia, ser implantado. Nesta ou em futura administração.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
16/01/1985

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