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Aramis

Artigos por data (1985 - Agosto)

Quem diria! O punk com sotaque polaco!

Alguém já imaginaria o Punk polonês? Pois ele existe provando que neste país de tantas surpresas não é apenas um criativo jazz que existe. O Lady Pank (o nome já é um achado!) - é o primeiro grupo polish a ter um lançamento internacional - via MCA/Warner, que está colocando no mercado o lp "Drop Everything". E como este disco o Lady Pank torna-se primeiro grupo do leste europeu a fazer uma tourné americana e gravar um vídeo.

The best of Amadeus

Confirmado o que prevíamos em matéria publicada há pouco mais de um mês: o sucesso do filme "Amadeus" trouxe, entre outras boas do compositor de Salzburg. Além da trilha sonora (album duplo, Polygram) já estar entre os mais vendidos do semestre passado, tanto a CBS com a Polygram vem reforçando seu acervo de gravações com obras de Mozart.

Ned, o bregue no gosto americano

Nelson Ned, um brega que deu certo. Aos 38 anos, mais de 13 milhões de elepês vendidos na América Latina, só o lançamento de seu 15º disco em português ("Ao meu novo amor", Odeon) o fez deixar sua mansão em coral Gables - uma das mais sofisticadas áreas em Miami - e vir ao Brasil em princípios de julho. Longe vão os tempos em que Nelson Ned (d'Ávila Pinto, Ubá, MG, 2.3.1947) tinha que mendigar adiantamentos na Copacabana, gravadora da qual foi contratado por muitos anos.

Mauriat segura a peteca orquestral

Houve época em que mensalmente tínhamos bos discos orquestrais: Mantovani, Lawrence Welk, Billy Baughan, Kostalenetz, Arthur Fiedler, entre outros que sabiam conduzir grandes formações interpretando músicas de sucesso. Os maestros estão morrendo - ou aposentando-se - de forma que os discos de música orquestral também rareiam. Até Ray Conniff, que, nos anos 50, trazia um som gostoso com metais e vezes (vez por outra tendo convidados especiais como Billy Butterfield) torna-se cada vez mais elétrico.

Pixinguinha, mais uma vez com incompetência

Faltavam, ainda, 20 minutos para às 20 horas de sexta-feira, 9, quando um senhor gordo e grisalho entrou no corredor dos camarins do Auditório Munhos da Rocha Neto e se pôs a gritar: - Vamos saindo do palco! Quero o palco livre para montar os cenários de "meu" espetáculo!

Noite de jazz para a história

Há muito tempo não se ouvia/via nada igual. O concerto de Gerry Mulligan Quartet, segunda-feira, no auditório da Reitoria , fica entre os mais belos momentos da música instrumental que já aconteceram em Curitiba. A longa dieta de bons espetáculos jazzísticos imposta por Tio Sam, começa, afinal, aser interromida, com esse belíssimo presente, que foi incluir Curitiba como uma das duas únicas capitais brasileiras (a outra foi Porto Alegre, domingo) para ouvir o jazz cool e criativo que Gerry Mulligan sabe fazer há quase 40 anos.

Um exemplo para nossa medicina

Quarta, 7 de agosto. Uma senhora (Laureci Tavares, 41 anos), procedente do Interior, deu entrada no Hospital Santa Cruz. Gravíssimo estado de saúde: zero de pressão, estado de choque e sangramento do abdomen. Sem recursos, sem qualquer vínculo que possibilitasse o internamento e tratamento. Poderia ser mais uma dramática crônica entre tantas outras que registram fatos semelhantes. Finalmente, desta vez um happy end. Ontem pela manhã, dona Laureci obteve alta, restabelecida, após quase uma semana na UTI.

Transando arte

Da abertura da pioneira cocaco à multiplicidade das galerias de arte, passaram-se menos de 30 anos, mas, decerto nenhum outro setor artístico cresceu tanto no Paraná quanto as artes plásticas. O boom das galerias e espaços que abrigam exposições é conseqüência direta do aparecimento de muitos artistas que buscam caminhos próprios. No atelier da Casa Alfredo Anderson têm aparecido muitos artistas que de um início amadorístico e sem preconceitos lançam-se a novas propostas, muitos dos quais encontrando boa aceitação.

Milena reforma a escola

Milena Morozowicz, nome que se identifica com a mais tradicional escola de dança do Paraná, decidiu dar um new look em sua academia de ballet. Assim, o casarão da Alameda Princesa Isabel, nº 160, está em obras, com ampliação das salas de ensaios, novos banheiros, moderno bar-lanchonete e, especialmente, decoração up to date, lembrando até os cenários onde Carlos Saura rodou o belíssimo "Carmen". Entretanto, mais importante que o espaço físico é a competência da equipe de professores e as inovações que Milena, sempre criativa, está introduzindo.

Afinal, livros na AL

Afinal, a Assembléia Legislativa decidiu sair da indolência que a caracterizava na área cultural e através do Cerimonial está promovendo lançamentos de livros. Ontem ao entardecer, no pequeno auditório Deputado Luís Gabriel Sampaio, o jornalista Hélio Ribas Michelatto lançou a "História do Políticos Paranaenses". O convite para o acontecimento tem nada menos que 8 páginas, relacionando os nomes dos secretários de Estado, deputados estaduais e vereadores de Curitiba que merecem verbetes na obra.

O Carnaval e a Paranatur

O sr. Julião Pimentel Neiva de Lima, presidente da Empresa Paranaense de Turismo, enviou carta a O ESTADO DO PARANÁ, reclamando contra a publicação de notícia, nesta coluna ("Paranatur vende Carnaval do Rio"), dia 8 do corrente. A propósito, algumas observações. 1. Em primeiro lugar, a carta foi enviada ao destinatário errado. Esta coluna é assinada e a correspondência deveria ser encaminhada ao seu signatário. Uma simples questão de educação, mas, considerando que a Paranatur pertence à Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte (sic), a atitude não surpreende.

Wilson Martins volta à UFPR. Só por um dia

Wilson Martins, uma das glórias da inteligência paranaense, há 20 anos titular de Literatura Brasileira na University of New York, fez, ontem pela manhã, no anfiteatro do 6º andar do Edifício Dom Pedro II, na Universidade Federal do Paraná, uma palestra sobre a [especialidade]: a crítica literária. Seria apenas o registro de um evento acadêmico, se não houvesse um significado especial nessa conferência: há muitos e muitos anos que o professor Martins, apesar de todo o prestígio internacional que grangeou, não entrava em nossa septuagenária (e [artéria] esclerosada) universidade.

No campo de batalha

Primeiro foi a Secretaria da Comunicação Social que resolveu economizar no material de expediente, reduzindo os envelopes com os releases diários, que passaram para a metade do tamanho. Agora, a Fundação Cultural de Curitiba também decidiu economizar na correspondência: a programação está sendo enviada avulsamente, sem envelope. xxx

A Guitarra de Pass e o sax de Coleman

VIRTUOSO/JOE PASS (PABLO)/ PHONOGRAM, 2310708/junho/75) - Em termos de guitarra no jazz, dois nomes são sempre lembrados com máximo respeito e admiração: Django Reinhardt (Jean Baptiste Reinhardt, Bélgica, 1910 - França 1953) e West Montgomery (John Leslie Montgomery - 1925-1968). Não vamos repetir o chavão de que Joe Pass veio ocupar "o trono vazio". Mas podemos afirmar que ele é hoje um dos mais importantes guitarristas - não apenas em termos de jazz, mas de música contemporânea.

A hora dos gaiteiros (nas gaitas-de-ponto)

Renatinho Borghetti, 21 anos, é hoje um nome nacional; Primeiroinstrumentista brasileiro a vender mais de 100 mil cópias, este gaúcho tímido e cativante fez com que um instrumento marginalizado - a [gaita-de-ponto] - com poucos recursos harmônicos fosse devidamente revalorizada. Fazendo agora seu segundo elepê cumprindo um puxado esquema artístico já que passou a ser requisitadíssimo, Borghetti se tornou a própria imagem da gaita-de-ponto, instrumento que tem, entretanto, centenas de executantes especialmente no Sul. Tanto é que há quatro anos que Abelino G.

Carreras, o popular também na carreira

Cada vez mais amplia-se a presença de tenores e sopranos tenores ditos na música popular. Não satisfeitos em suas participações operísticas, os grandes nomes do bel canto estão buscando, cada vez mais, uma presença junto a maiores fatias do mercado. Luciano Pavarotti já estrelou uma comédia ("Yes Giorgio") no qual se tentou lançá-lo como um novo Mário Lanza (Alfredo Arnold Cocozza, 1921-1959) e vem gravando tradicionais canções napolitanas, enquanto o espanhol Plácido Domingos tem meia dúzia de álbuns pela CBS na qual interpreta desde boleros até canções folclóricas mexicanas.

Fora de sintonia

Quem diria! Da FM que nasceu com o nome de Brasil, executando exclusivamente música popular brasileira passamos à FM 104, que avalisa "Monsters of Rock 85", título do elepê que a WEA está lançando reunindo,grupos de rock pauleira AC/DC, Twisters Sisters, Zebro, Ratt, ZZ Top como patrocínio da emissora que lidera a audiência em Curitiba.

Um novo cinema; e bons filmes

Já se disse que nenhum outro cinema é tão social quanto o norte-americano. Sem proselitismos ou demarcações ideológicas, a indústriade sonhos tem em produtos aparentementemente apenas comerciais saídos dos estúdios de Hollywood, muitas vezes, retratos significativos do "american way of life". Isto pode ser observado em duas atraentes realizações que finalmente chegam às nossas telas e merecem especial atenção. "Minhas Duas Mulheres" (Micki & Maude), de Black Edwards, (Cine Astor) deve repetir o mesmo êxito de "Mulher Nota 10" Ten) e traz o mesmo intérprete, o inglês Dudley Moore.

Um hotel muito louco e o dilema bem masculino

Excluindo-se os filmes já em exibição como "Amadeus" e "De Repente Num Domingo", as duas programações mais atraentes são "Minhas duas Mulheres" e "Hotel Muito Louco". Se a comédia de Black Edwards com toda certeza permanecerá semanas em cartaz, o mesmo não se pode dizer de Hampshire, de Tony Richards. Afinal, o público curitibano tem atitudes surpreendentes: "La Traviatta", uma obra-prima de Franco Zifferalli, da ópera de Giuseppe Verdi, com Teresa Stratas e Plácido Domingo, sucesso em todas as capitais em que foi exibido, fracassou no Cine Astor, ali só permanecendo uma semana.

Nerds, a nova onda para o humor jovem

O sucesso de "Porkys", de Bob Clark, abriu um novo filão cinematográfico: comédias irreverentes, debochadas com muito sexo e sacanagem, dos meios universitários americanos. Mesmo com americanos o regionalismo que que diferencia a vida nos campus estudantis dos EUA de nossa realidade educacional, a irreverência e o humor destas comédias jovens têm possibilitado que muitas delas cheguem ao Brasil com bons resultados de público. Claro que há dezenas de produções do gênero e destas apenas algumas têm sido lançadas aqui.
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