Observatório
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de fevereiro de 1982
LUÍS Roberto Amaral, 20 anos, inscreveu-se no I Seminário Internacional de Violão, realizado de 11 a 18 de fevereiro, na Escola de música e Belas Artes do Paraná, com humildade. Embora tocando violão há 5 anos, queria aprender com os professores ali reunidos. Mas bastou que mostrasse alguns solos para ser escolhido para fazer o concerto de encerramento aplaudido de pé pelo publico presente. Com toda razão, seu pai está mais coruja do que nunca: Cupertino Amaral, 51 anos, um dos mais estimados advogados de Curitiba, sempre foi apaixonado pela música brasileira. Com dois primos famosos – Léo Vaz, que foi nos anos 50 “a voz de veludo do Paraná” e Airto Moreira, nosso percussionista mais famoso em todo o mundo. Cupertino também se defende: com uma caixa de fósforos faz solos de percussão incríveis. Na noite de quinta-feira, junto com dois outros violinistas esmerados Sebastião Tapajós, retornando de nova excursão a Europa e o jovem Gerson Fisbeim, Cupertino mostrou suas habilidades a Elton Medeiros, compositor, produtor, pesquisador de cultura popular e também um exímio mestre em tirar sons de uma caixa de fósforos. “Só não sai música, se a caixa de fósforos for de papelão” brinca Cupertino – enquanto prepara um original “concerto para violão e caixa de fósforos” – que Luís Roberto gravaria na fita independente, solo Lambrequim, que em breve estará sendo lançada.
Legenda Foto - Sebastião: música para Elton.
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