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Ruy Guerra

O som das imagens com a inspiração de Wagner

A situação crítica do cinema brasileiro, com a quase completa paralisação das atividades cinematográficas e problemas diretos ou indiretos que afligem toda a comunidade artística estarão em discussão em Gramado. Não só nas reuniões em que jornalistas, cineastas, artistas, técnicos, produtores, exibidores etc., examinarão os filmes em competição, mas, principalmente, nos debates paralelos e mesmo em conversas informais.

Um filme australiano e o "Jogo Duro" de Giorgetti

Seis filmes inéditos, da mais recente safra do cinema brasileiro, exibidos simultaneamente ao XVII Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, registraram o ridículo bordeaux de 1.612 espectadores no Lido II. Lanterninha entre as nova capitais brasileiras escolhidas pela Embrafilme para a inédita experiência de mostrar nacionalmente os filmes em disputa ao Kikito no mais famoso festival do cinema brasileiro, Curitiba confirmou aquilo que há muito afirmamos: é tola a afirmação de que somos uma cidade de grande exigência cultural, cidade-teste para provar produtos culturais.

O retrato do que há no cinema brasileiro

Em circunstâncias diferentes, quando a produção cinematográfica ultrapassava os cem títulos - e isto vinha acontecendo até há cinco anos passados - a seleção reunida para a 17ª edição do Festival do Cinema de Gramado poderia ser considerada fraca. Entretanto, numa época em que a produção caiu a níveis mínimos - e nos últimos 18 meses raros foram os projetos que se concretizaram - até que se pode considerar como satisfatória a amostragem entre longas, curtas e médias apresentados durante uma semana (11 a 17 de junho) no mais respeitado festival de cinema do Brasil.

Os melhores filmes estão chegando da Escandinávia

Como se não bastassem os filmes "oscarizáveis" - que continuam em cartaz e aos quais se acrescentará, dentro de duas semanas, "Nas Montanhas dos Gorilas" (que apesar das 6 indicações, ficou sem nenhuma premiação), inesperadamente, há o lançamento de dois excelentes filmes que saindo da Escandinávia, foram a grande sensação internacional em 1987, indicados ao Oscar e que vêm entusiasmando públicos de todos os países em que estão sendo exibidos: "Minha Vida de Cachorro" (Bristol, 5 sessões) e "A Festa de Babette" (Cinema I, 5 sessões).

Glauce Rocha, uma biografia que demorou 17 anos para ser escrita

Ao lado de Cacilda Becker e Fernanda Montenegro, ela era considerada uma das três melhores atrizes brasileiras. Morena, expressão dramática transmitia uma extraordinária emoção - e ao longo de duas décadas de carreira atuou em 55 montagens teatrais, meia centena de programas de televisão (a maioria, infelizmente, quando ainda inexistia o vídeo-teipe, perdendo-se assim registros) e em 23 filmes - alguns dos quais básicos do Cinema Novo.

Clima de tristeza pela morte de nosso cinema

Salvador - No sábado, terceiro dia da XVII Jornada Internacional de Cinema da Bahia, o dia começou triste: a notícia da morte de Joaquim Pedro de Andrade, morto na madrugada, no Rio de Janeiro, aos 56 anos, vítima de câncer. Realizador de filmes importantíssimos a partir de "Couro de Gato", que foi o curta base de "Cinco Vezes Favela" (1961) a "Macunaíma", baseado em Mário de Andrade - sua obra mais conhecida - Joaquim Pedro de Andrade trabalhava há 3 anos na pré-produção de "Casa Grande e Senzala", da obra de Gilberto Freyre.

Também na Bahia o cinema vive crise

Nos anos 60, a Bahia era o terceiro pólo cinematográfico do Brasil. Era a época de Glauber Rocha, Roberto Pires, Trigueirinho Neto, entre outros realizavam filmes que marcaram o cinema novo - num ciclo cujas raízes estavam ainda na segunda metade da década anterior e que teve no Clube de Cinema da Bahia, fundado em junho de 1950 pelo crítico Walter da Silveira, figura central (e teórica) do movimento que teria em "Redenção (1959), de Roberto Pires, uma de suas primeiras experiências bem sucedidas.

Wagner Tiso, caminhos múltiplos dos teclados

Dentro do ecletismo musical que movimenta este fim-de-semana curitibano - o rock do Legião Urbana (ginásio do Tarumã, hoje), a centenária tradição vocal dos Meninos Cantores de Viena (segunda-feira, auditório Bento Munhoz da Rocha Neto) - ambas promoções conduzidas, localmente, pela competência empresarial da elétrica Verinha Walflor - o panorama se complementa com aquilo que se poderia chamar de recital do multitecladista Wagner Tiso (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, amanhã, 21 horas).

Nossos instrumentistas cada vez mais notáveis

Este ano não será fácil reconhecer os dez melhores discos instrumentais brasileiros. A qualidade de nossos instrumentistas - tanto os consagrados como os jovens - e o talento de cada um, seja como intérprete, seja acumulando também a condição de autor, faz com que os lançamentos instrumentais se sucedam com a maior qualidade.

Até copião vale para mostrar cinema brasileiro no FestRio

Rio de Janeiro - Desde 1984, quando da primeira edição do FestRio, a sua direção sempre se preocupou em prestigiar ao máximo o cinema brasileiro. O espaço internacional deste maior festival de cinema, televisão e vídeo da América do Sul não prejudica o nosso cinema. Ao contrário, abre imensas perspectivas, não só na participação de filmes em competição, mas também nas mostras paralelas e, especialmente o mercado com a Embrafilme e produtores independentes tentando negociar suas produções.
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