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Aramis

Barbra sempre atual

É incrível como Barbra Streisand tem procurado acompanhar a transformação musical nestas últimas duas décadas. Assim a ex-Joan Streisand (Brooklin, Nova Iorque, 24-04-1942), romântica intérprete de "People" (Jules Styne), que emocionava (em 1968) nos palcos da Broadway, no musical "Funny Girl" - biografia de outra cantora famosa, Fanny Brice (1891-1951) a Barbra deste "Emotion" (CBS) houve um longo caminho. Um caminho palmilhado de sucessos cinematográficos, shows, dezenas de elepês e até uma experiência como diretora/produtora/atriz ("Yentel", 1983), depois de um grande sucesso ("A Star Is Born", 1976, terceira refilmagem de uma mesma história) que trouxe uma parceria com Paul Williams ("Evergreen") justamente premiada com o Oscar de melhor canção daquele ano. Cada novo disco de Barbra tem sido demoradamente planejado, numa escolha criteriosa de canções que, acredita, possam acrescentar novos pontos em sua carreira. "Emotion", produção executiva de Charles Koppelman mas dividida, em cada faixa, com várias assistentes em cada faixa, repete esta formação. São músicas bonitas, algumas até difíceis de serem capturadas em sua beleza na primeira audição - mas, sem dúvida, integradas ao "Streisand Touch". A própria Barbra comparece com duas novas composições - "You're a Step in the Right Direction" (com J. Cougar) e "Here We Are At Last" (com R. Raskin), mas basicamente preferiu material inédito, recorrendo a Kim Carnes (com quem faz duo em "Make No Mistake, He's Mine"), J. Steinaman ("Left in the Dark"), J. Warren/Buchana ("Heart Don't Change My Mind") e Michel Colombier ("When I Dream") e P. McLan/A. Montgomery ("Clear Sailing"). Falar dos cuidados técnicos, do profissionalismo dos arranjos, da competência dos músicos reunidos em cada sessão é supérfluo. Afinal, um superstar como Barbra tem todos os recursos que necessita para dar a cada novo álbum um tratamento especialíssimo. Entretanto, até agora, várias audições feitas do disco, não houve nem uma faixa que tenha estabelecido aquela empatia, aquela emoção, de 18 anos passados, quando ouvimos, pela primeira vez, "People". Mas pretender obras-primas e cada novo disco e, talvez, esperar demais...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
27
10/03/1985

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